tag:blogger.com,1999:blog-84681815784548742492024-03-05T06:35:20.138-03:00WaguaterRafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.comBlogger44125tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-42267565086855617922016-01-01T19:36:00.000-02:002016-01-01T19:36:57.114-02:00O Novo Ano de Isabel<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL-9ZjOQYQVrGM5qNwmFFnJLw6aYshm3Lg8PQyW7VNancmGqQ2iOvOWIng0aEA6vQkhJb-I_gvzegZypKCn_J5uKn215n0dNmuaxYOjyT-3Lq9ES8zIQzrRYnmYxECADbsU6bIbF7Ztik/s1600/fogos-de-artificio4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL-9ZjOQYQVrGM5qNwmFFnJLw6aYshm3Lg8PQyW7VNancmGqQ2iOvOWIng0aEA6vQkhJb-I_gvzegZypKCn_J5uKn215n0dNmuaxYOjyT-3Lq9ES8zIQzrRYnmYxECADbsU6bIbF7Ztik/s400/fogos-de-artificio4.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
os fogos de artifício acordaram Isabel, que em breves segundos estava
sentada na cama. os olhos esbugalhados refletiam a lua cheia. as janelas
abertas. Isabel não sabia onde estava, parecia ter dormido por dias, meses,
anos... não reconhecia a cama, as paredes, só sabia que aquele não era o seu
quarto. os pensamentos estavam confusos, não sabia se eram lembranças ou
sonhos, se as imagens vindas em sua mente eram reais ou inventadas. percebeu-se
nua. e sem pelos. nenhum. não entendia porque estava careca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
ao tentar se levantar a imagem de um rosto masculino veio forte em sua
mente, tão forte que Isabel ficou tonta e voltou a deitar. no centro do teto
que rodava velozmente, o rosto. olhos puxados, barba por fazer, um nariz e boca finos, pele branquíssima, cabelos escuros. não sabia quem era, só sabia que
o amava. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
na sua mente figuras em movimento. ele limpando a geladeira. ela
comendo milho. os dois se beijando na rua numa noite chuvosa. os corpos
molhados. sushi. ele sorrindo tocando violão. ele sorrindo cantando. ele
sorrindo. ele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
nos dois minutos e vinte e sete segundos que essas imagens ficaram em
sua mente o coração de Isabel parou. ela voltou a respirar assustada pelo barulho dos fogos de artifícios. percebeu que se tratava de um novo ano que
estava começando. pegou uma bermuda e uma camisa que estava no chão. vestiu. abriu
a porta do quarto. passou pela sala desconhecida. encontrou a porta da
cozinha aberta. saiu sem pensar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Isabel seguiu os fogos. as cores. os diferentes sons. sem perceber
estava no meio de uma multidão de branco. parou ao avistar o rosto masculino da
sua mente. ali na sua frente. as suas mãos gelaram. seu coração disparou. e ele
abraçou e beijou. não Isabel. outra. uma moça que não tinha muita beleza, mas
também não era dotada de feiura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
os sons não eram mais ouvidos por Isabel e toda a sua memória voltou
num estalar de dedos. Isabel o amava. quinze dias desse encontro ele dizia que
também amava Isabel. ela voltou para a casa. lembrou que era sua casa. encheu as mãos de
comprimidos e tomou. a ideia não era deixar de existir, mas dormir pelo máximo de
tempo possível, para quando acordar não lembrar de nada, nem mesmo de quem ela
é.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Isabel, que sempre foi sensual e sexual, que sempre invejou o amor que
conhecidos dizem que Pierre é capaz de sentir, hoje percebe que também é capaz
de amar. de sofrer. e sonha com o dia que voltará a amar. a sorrir. isso se Isabel acordar.<o:p></o:p></div>
Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-39830739351701455662011-11-23T20:02:00.000-02:002011-11-23T20:02:31.974-02:00quando te vejo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3BkXBWI_AmKlaXnwJ98MURog2rciKoZrT0aVI31exsWZBcFruh1O1ag8RAmnkshR8t3_dC6WvP12RDaeFP47fJ7kTowNk9bvXOCD6rtM3ZkpMqCbpWay7kuQuhx8yNm2aW5H3JRfb7dU/s1600/homem_olhar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3BkXBWI_AmKlaXnwJ98MURog2rciKoZrT0aVI31exsWZBcFruh1O1ag8RAmnkshR8t3_dC6WvP12RDaeFP47fJ7kTowNk9bvXOCD6rtM3ZkpMqCbpWay7kuQuhx8yNm2aW5H3JRfb7dU/s320/homem_olhar.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">ao longe vejo você chegando. a cada passo que você dá, a cada segundo que o tempo passa, a cada milímetro de distância mais próximo, meu coração aumenta as batidas, um passo a mais, dezenas de batidas cardíacas somadas, o sangue circula mais rápido pelo meu corpo, as mãos ficam inquietas, os lábios querem abrir, um sorriso deseja se formar, mas eu o contenho para não transparecer minha completa felicidade ao ter você ao alcance dos meus olhos. você chega, me olha, e suavemente, envergonhadamente, abre um sorriso encantador, o formato dos teus lábios com a perfeição dos teus dentes me deixam paralisado. meus olhos brilham ao encontrar teus olhos. você me diz ‘oi’ e eu fico com a garganta seca, não consigo responder, apenas deixo sair o sorriso que guardo desde o momento que você surgiu ao longe. nossas mãos se tocam. sua pele é quente, mais quente que dos outros seres humanos que eu já toquei. sua pele é macia. quente e macia. sinto vontade de não largar tua mão. sinto o desejo de te puxar e sem dizer nenhuma palavra, sem emitir nenhum som, apenas no silêncio do momento sem palavras fazer com que meus lábios encontrem os teus lábios, mas não tenho coragem. nos breves segundos que nosso corpo se toca (pelas mãos) e nossa alma se encontra (nos olhares) eu fico estático, patético, encantado. não sei como. não sei por que. não sei mais nada desde o momento que você apareceu pela primeira vez na minha vida. tens o dom de me deixar nervoso, de tirar meu chão, de me colocar nas nuvens em segundos. encontrar-te é sensacional, me aquece e me anima por dias e dias. o único momento triste é quando você vai embora. quando vejo, ao longe, seu corpo sumindo no horizonte e apenas o céu azul fica no meu campo de visão. rezo, todos os dias, para que não seja esta a última vez que vi. desejo ver-te diariamente, profundamente, apaixonadamente para sempre.</span></div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-40142606512462965142011-07-10T00:11:00.001-03:002011-07-10T00:15:46.805-03:00Pierre e a Verdadeira Nudez<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM373KDJEklJXQzARO9ciMFnvniXMOMzskOajzJVc9ClGeezPU6yXVFXxRRI2ovMj2rSCWZy5Ffv6PgOZiS7wmRHi3DfYVoHsiw7uPjfxsyKpW7bzkTH8d40wLDc0Rhb6IvTTrKAjfTXk/s1600/anjo-no-escuro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" m$="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM373KDJEklJXQzARO9ciMFnvniXMOMzskOajzJVc9ClGeezPU6yXVFXxRRI2ovMj2rSCWZy5Ffv6PgOZiS7wmRHi3DfYVoHsiw7uPjfxsyKpW7bzkTH8d40wLDc0Rhb6IvTTrKAjfTXk/s400/anjo-no-escuro.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pierre levantou do sofá onde havia passado os últimos 7 dias, caminhou calmamente até o banheiro e lavou o rosto, virou e se olhou no espelho. O que ele via ia muito além do seu corpo nu, do cabelo desarrumado, da bunda marcada pela espessura do tecido do sofá, dos dedos lambuzados de chocolate, do pênis murcho pelo frio, das coxas finas, dos braços com pouco músculo. O que ele via era a tristeza da alma, a dor no peito, o desejo de gritar, de cravar no peito uma faca, de bater com a cabeça na parede, de arranhar todo o seu corpo com suas unhas enormes, de deixar uma marca na face para que ninguém mais o olhe, para que ninguém mais o deseje, para que ninguém mais o iluda.</div><div style="text-align: justify;">Em frente ao espelho Pierre olhava dentro dos seus olhos. O que ele via era toda a aflição, toda a agonia, toda a amargura, toda a angústia, toda a ansiedade, todo o desgosto, toda a dor que habitava a sua alma. Não, as lágrimas não corriam e ele não sentia vontade de chorar. O que Pierre sentia era tão forte que transcendia a vontade do corpo de colocar para fora através de lágrimas, não adiantava chorar porque deixar as lágrimas correrem era pouco, era insignificante, medíocre.</div><div style="text-align: justify;">Com o rosto levado, o corpo nu, Pierre saiu do banheiro, caminhou até a cozinha, abriu a porta, apertou o botão do elevador, esperou o mesmo chegar ao seu andar, entrou, apertou o botão do térreo, desceu, abriu a porta do elevador, cumprimentou o porteiro, abriu a porta do prédio e saiu na noite fria e enluarada sem destino. Em choque, todos o olhavam, apontavam para o rapaz sem roupas, debochavam. Pierre não percebeu ninguém, porque não era o seu corpo que estava nu, era a sua alma que não tinha mais razão para se vestir e continuar.</div><div style="text-align: justify;">Neste momento Pierre está na beira-mar mais famosa do país. Os turistas o olham sem entender. A polícia foi chamada. E ele continua a caminhar na direção do mar. Se a água gélida irá renová-lo, se a água gélida irá congelá-lo, se na água gélida ele irá desaparecer isso eu não sei. Eu sou apenas mais um que o observa sem entender e não tem coragem de chegar perto, mas mesmo de longe percebo que Pierre é extremamente afetuoso e sensível. Seres humanos sensíveis são os que mais sofrem. O mundo não é feito para eles. O mundo é feito para quem é insensível e racional. Talvez eu não faça nada por identificação com Pierre. Talvez eu me junte à ele. Não sei. Só sei que ele continua…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-52436423232031099692011-06-23T22:03:00.000-03:002011-06-24T13:57:58.834-03:00Isabel e o jovem de 17 anos<a href="http://www.caica.org/Teen%20boy%20sleeping%20-%20good.jpg"><img alt="" border="0" src="http://www.caica.org/Teen%20boy%20sleeping%20-%20good.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 291px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 464px;" /></a> <br />
<div></div><br />
<div align="justify">Ele tem apenas 17 anos, ela diz. 17 anos, repete. 17, pensa.</div><br />
<div align="justify">Como uma mulher tão madura e com diversos homens aos seus pés se envolve com um rapaz de apenas 17 anos? Não pensem que a maturidade de Isabel é porque ela é idosa, não, Isabel tem uns 30, talvez um pouco mais, talvez um pouco menos. Não importa a idade dela.<br />
Isabel possui uma inteligência reveladora. Caminha com um ar de misteriosa. Sem querer é sedutora. Tem uma beleza atraente. É dona de si. Isabel já teve em seus braços, em suas mãos, homens de diversas idades, mas desde os seus 15 anos não pensa em um tão jovem. Ele tem apenas 17 anos, ela diz. 17 anos, repete. 17, pensa.<br />
Quando Isabel contou ao seu criador (eu) que havia conhecido e se encantado por um rapaz tão jovem, ele não a entendeu e pediu que ela explicasse.<br />
<br />
Isabel estava sentada, tomando café num barzinho, quando percebeu que havia um menino observando-a (ela não sabia, mas ele tinha apenas 17 anos). Isabel continuou a bebericar o seu café tranquilamente. Ao olhar na direção onde o rapaz estava ela percebeu que ele havia sumido. Não permanecia mais lá. Isabel não notou, mas a ausência do jovem tinha causado em seu estado de espírito uma mudança, que ela se deu conta segundos depois, quando olhou para o lado e viu, em pé, o jovem rapaz segurando uma rosa vermelha em suas mãos, sorrindo discreta e envergonhadamente.<br />
Ele não era alto, tinha os seus 1,75m. não tinha um corpo de homem. Não era nada definido. Ele era magrelo, totalmente diferente dos homens que Isabel sempre teve em suas mãos. Mas o corpo dele não foi notado por Isabel, ela estava extasiada com o olhar do rapaz. Com seus olhos castanhos, que brilhavam de alegria, ele a hipnotizou. Sim, ele estava nervoso, e Isabel percebeu isso quando viu a flor tremendo. Pela primeira vez em sua vida Isabel não conseguiu tomar uma atitude, ela não acreditava que um rapaz, aparentemente tão jovem (ela não sabia, mas ele tinha apenas 17 anos), estava ali, corajosamente em pé na sua frente segurando uma rosa vermelha. Isabel conseguiu apenas sorrir. Ele se aproximou e entregou-lhe a flor, acompanhada de um pequeno cartão. Isabel aceitou, pensando que ele sairia correndo após tal ato (ela não sabia, mas ele queria sair correndo, porém suas pernas não deixaram que ele se movesse). No cartão apenas as palavras “Vamos ao cinema?”.<br />
De todas as possibilidades, de todas as frases e palavras românticas que existem, de todos os elogios que Isabel poderia receber, estava escrito o que ela jamais havia imaginado. Um convite para ir ao cinema. Aquilo tudo era muito diferente do natural. Isabel estava acostumada com homens mais rudes, com cantadas e piadas sem graça. Mas o jovem (ela não sabia, mas ele tinha apenas 17 anos), havia sido diferente. E ela aceitou.<br />
Durante o filme o silêncio entre os dois reinava. Na escuridão do cinema Isabel bocejou e espreguiçou, enquanto ela estava com seus braços para o alto, ele se aproximou e com um “não vou deixar você dormir” deu um beijo em Isabel (ela não sabia, mas ele tinha apenas 17 anos). Não foi um beijo apaixonado, nem o melhor beijo da vida dela, mas foi, talvez, o beijo mais sincero e inesperado que ela recebeu. E ali ficaram, no escuro, com as mãos dadas e trocando beijos durante as horas em que o filme passava.<br />
Ao findar a sessão nenhum dos dois se levantou. Nem ele, nem ela. Eles não queriam ir embora. Eles desejavam ficar mais algumas horas juntos. E Isabel ofereceu carona ao jovem (ela não sabia, mas ele tinha apenas 17 anos). Durante o caminho, conversaram muito e Isabel ficou encantada com a inteligência e os planos de vida do rapaz, com a sua vontade de fazer faculdade, de se tornar um grande engenheiro, de ser um pai de família, de ter uma esposa para amar e no final do caminho ela descobriu que o jovem tem apenas 17 anos. Ele a beijou, deixou seu número de celular e saiu do carro.</div><br />
<div align="justify">O jovem agora está deitado em sua cama aguardando uma ligação de Isabel.</div><br />
<div align="justify">Isabel agora está deitada no sofá, não da casa dela, mas da minha (do seu criador).</div><br />
<div align="justify"></div><br />
<div align="justify">Por mais que eu não queria admitir, acredito que Isabel está começando a se apaixonar por um jovem de apenas 17 anos. É Isabel, desta vez você me surpreendeu.</div><br />
<div align="justify"></div><br />
<div align="justify">Ele tem apenas 17 anos, eu digo. 17 anos, repito. 17, penso. </div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-29994445585085893192011-06-20T17:11:00.000-03:002011-06-20T17:14:50.510-03:00Devolvam as Nossas Línguas<div align="justify"><br />Naquela noite de abril de 2010 nos reunimos para protestar e pedir respostas a tantas perguntas que a mandatária da Fundação Cultural de Blumenau se negava a responder. Não, não foi um fato isolado e não foi naquela noite que decidimos pegar nossas panelas e vozes para tentar, mais uma vez, sermos ouvidos.<br />O Titanic Fundação Cultural de Blumenau já havia esbarrado no seu iceberg muito antes, logo após a enchente de 2008 devastar a cidade. A nomeação da nova mandatária da FCBLU (que admitiu ao Jornal de Santa Catarina que a sua nomeação era fruto de negociações partidárias) deveria ser aclamada pelos videntes, porque ao ser nomeada a mesma comparou os artistas de Blumenau aos violinistas do Titanic, que animam o povo enquanto o barco afunda. E realmente, o barco começou a afundar naquele ano. Desde então os artistas da cidade decidiram lutar contra a previsão da mandatária.<br />Em agosto de 2009 mais de 200 artistas organizaram e participaram do festival “Nosso Inverno”, que tinha como foco o protesto contra a falta de política pública cultural em Blumenau. A mandatária apareceu apenas na abertura do evento, viu o espetáculo manifesto e não voltou para o debate no final do Nosso Inverno. Ali teve início a não conversa com os artistas e a união dos mesmos iniciando o “Movimento Cultural Devolvam os Nossos Braços”.<br />Em abril de 2010 mais um buraco era feito no casco do Titanic: a falta de explicação e o atraso do pagamento dos artistas participantes do Salão Elke Hering. Na noite do dia 14 daquele mês nos reunimos em frente à FCBLU e iniciamos o nosso protesto em busca de respostas, não apenas para o pagamento do Salão, mas também para o fechamento do Casarão das Oficinas, o problema com a Escolinha de Artes, entre outros enigmas. A reunião deveria ter acontecido uma semana antes, porém a mandatária nos deixou esperando, e mais uma vez ficamos sem respostas.<br />Naquela noite tínhamos panelas, colheres e vozes. Tínhamos a união e representávamos os mais de 200 artistas do “Movimento Cultural Devolvam os Nossos Braços”. As panelas e as colheres se uniram antes da reunião, e foram silenciadas para que as vozes de quem as tinha em punho tomassem conta do espaço.<br />Na carta aberta que escrevi naquela noite, após a reunião, relatando os fatos, digo o que aqui faço questão de repetir:<br /><br /><em>“A reunião teve início e durante, aproximadamente, duas horas vimos uma “representante” da cultura se justificando, colocando a culpa no jurídico, nas gestões anteriores, na burocracia, nos artistas, etc. Somente após a artista Aline Assumpção falar sobre a desorganização do Edital do 9º Salão, citando algumas das falhas ocorridas, somente depois de não ter para onde fugir, de não ter como culpar outros, a presidente (...) assumiu que houve falhas durante o processo do 9º Salão, e disse que 21 projetos foram aprovados ontem. Isso mesmo: ONTEM. Após a pressão dos artistas a Fundação reconheceu o seu erro: “Edital errado, sim, horrível”, disse (...) a diretora administrativa e financeira” </em><br /><br />Aline não foi a única a falar, porém foi a mais sensata, e como (na época) era uma das representantes dos artistas no Conselho Municipal de Cultura, falou em nome de todos. Tanto é que nenhum dos presentes se manifestou de forma contrária às palavras de Aline.<br />Não recordo com precisão a ordem dos fatos, mas desde então o Casarão das Oficinas, onde eu ministrava aulas de teatro, foi fechado; o telhado da Escolinha de Artes desabou e tudo foi demolido; o Museu Fritz Müller só acumula problemas; a Feira do Livro se tornou uma vergonha; a mandatária se sentiu ofendida e abriu um processo contra Aline Assumpção, na época Conselheira Municipal de Cultura, que em sua fala representava a classe artística e a população blumenauense; Márcio Cubiak e Aline Assumpção, dois Conselheiros Municipais de Cultura, pediram a destituição de suas funções; e os espaços da Fundação, antes gratuitos aos artistas, começaram a ser cobrados.<br />Sim, a mandatária conseguiu cortar os braços dos artistas e da população que clama por apoio às artes, braços estes que tentavam desesperadamente fechar os buracos no Titanic para que a água não entrasse. A luta continuou, mesmo sem braços, a agora a mandatária corta as nossas línguas, para que não possamos mais utilizar as nossas vozes pedindo socorro aos céus.<br />Hoje, 20 de junho de 2011, completa um ano que não moro mais em Blumenau. Atualmente resido no Rio de Janeiro/RJ e busco aprimorar a minha arte sem esquecer da importância que a cultura blumenauense tem na minha vida. São com os artistas de Blumenau que continuo a desenvolver meus projetos. O Titanic Fundação Cultural de Blumenau afundou e meus amigos artistas estão boiando em mar aberto tentando sobreviver. De onde estou me jogo no mar, não para resgatá-los, porque não cabe a mim fazer ressurgir do fundo da escuridão marítima a Fundação, mas para lutar com eles pelo direito de livre expressão.<br /><br /><br />Rafael Koehler<br />Ator<br />Grupo K - Teatro </div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-51328090803764310482010-07-24T23:12:00.000-03:002010-07-24T23:22:02.374-03:00na janela...<div align="center"><em><span style="font-size:85%;">ler ao som de Wild Horses, cantado por Susan Boyle. (clique no link abaixo com o botão direito do mouse e abra-o em outra janela para poder ler enquanto ouve).</span></em></div><div align="center"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=ZjAkq5iMHZw&feature=fvsr">http://www.youtube.com/watch?v=ZjAkq5iMHZw&feature=fvsr</a></div><div align="center"></div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj83ybliYKaItty2KyMjReb6ySDScSDfntNG4Z8WijtGLrXugsW8s7G34TmTzJmGbnh_691YJqLFjxkiTncNmWlyfw0KSA0rKK74qfO-uezvSDKl6eto4S5Ad82_RdbTy6frLNTVziHXWo/s1600/janelablog.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5497662424586453890" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 231px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj83ybliYKaItty2KyMjReb6ySDScSDfntNG4Z8WijtGLrXugsW8s7G34TmTzJmGbnh_691YJqLFjxkiTncNmWlyfw0KSA0rKK74qfO-uezvSDKl6eto4S5Ad82_RdbTy6frLNTVziHXWo/s320/janelablog.jpg" border="0" /></a><br />ao olhar pela janela ele vê diversos apartamentos acesos, prédios iluminados. hipnotizado com o que vê, abre a janela e percebe o som dos carros passando, das risadas das pessoas que estão na boate que existe abaixo do seu prédio. sons que fazem com que ele se sinta vazio. há alguns metros de distância, uma música extremamente melancólica começa a tocar no seu computador, o volume aumenta automaticamente. ele sobe no banco que há próximo a janela, sente a brisa tocar o seu rosto, respira fundo, fecha os olhos e deixa com que o vento faça o seu corpo flutuar. desejando estar longe dali, desejando que o sonho se torne realidade, desejando ser quem não é, desejando um beijo de alguém que está distante, desejando um toque carinhoso, desejando ser amado, nem que seja por poucos minutos, ele sobe no parapeito da janela e se joga para fora. por alguns segundos, que parecem durar a eternidade, ele se sente livre, ele voa, se sente amado, ele abre os olhos no meio do vôo e se vê, pela primeira vez na vida, completo, realizado, feliz... e é assim que ele chega ao fim da sua viagem, é assim que ele se torna eterno e imortal, é assim que ele será lembrado, é assim que ele se torna o mais belo de todos os anjos já existentes, é assim…Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-34397151241928897822010-01-28T16:47:00.000-02:002010-01-28T17:27:45.181-02:00Saudade...<p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHCdvv-9MG8ZHGqi8kHT6rv8RNgC-Yj8yPRMH3QPbziPLuJ-Fn43yZ41S7UtRmBJ5x2yCNZmC1z-1JxfQe8QdpJNm_Ei72AlKjAX0JvVDD5ntWmFeGkErQBqyujn1CFr7ryIbJ80gGDmY/s1600-h/SadMan.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5431866070424521730" style="WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 318px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHCdvv-9MG8ZHGqi8kHT6rv8RNgC-Yj8yPRMH3QPbziPLuJ-Fn43yZ41S7UtRmBJ5x2yCNZmC1z-1JxfQe8QdpJNm_Ei72AlKjAX0JvVDD5ntWmFeGkErQBqyujn1CFr7ryIbJ80gGDmY/s320/SadMan.jpg" border="0" /></a></p>ele acordou e sentiu o seu peito doer, não era uma dor normal, não era uma dor física, não era uma dor simples... era a dor da saudade.<br />meio tonto ele levantou de sua cama e abriu o armário, procurava um álbum de fotos do último ano... cada segundo que se passava a dor aumentava, e ele começou a jogar tudo para o alto, as folhas de contratos voavam pela sala, os cadernos com anotações de sua vida foram arremessados pela janela, e a dor só aumentava... as fotografias foram jogadas para o alto, e neste momento ele caiu no chão... sem força, deitado, sozinho no meio da sala...<br /><br /><br /><br />...foi então que percebeu que as fotos faziam uma dança no ar, como milhares de pétalas de rosas caindo lentamente, só que ao invés de pétalas, o que caia era o seu passado, momentos felizes e triste de uma vida inteira... ele pequeno chorando por ter recebido o presente não desejado, ele nu no banheiro na adolescência, a praia no verão de 91, o amor juvenil, a formatura, os amigos... e no meu da chuva de rosas do passado ele viu o que procurava, uma foto do ser amado. eles sorrindo no único encontro que tiveram...<br /><br /><br /><br /><div align="center"><em>(de play e continue lendo)</em></div><div align="center"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=etxIxa4JVj0&feature=player_embedded">http://www.youtube.com/watch?v=etxIxa4JVj0&feature=player_embedded</a><br /></div><p align="left">... e a dor aumentou de uma forma incontrolável... ele sempre soube que quando a saudade é demais, não cabe no peito: escorre pelos olhos... enquanto a lágrima corria por seu rosto, como em um filme, uma música começou a tocar. ele não sabia de onde vinha, não sabia se era da rua, do vizinho, da sua própria casa ou se só tocava na mente dele, mas não tinha importância... a música traduzia todo o pensamento dele... </p><p align="left"></p><p align="center">‘perchè si spezzano tra i denti le cose più importanti. quelle parole che non osiamo mai.e faccio un tuffo nel dolore’ </p><p align="left"> </p><p align="left"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2eCOdxhsFtdcKRg8EwsE4dS17I-IGc7L8j_BjsG7aeLk8Cj0G4lvm6ivqPT4xj7PoT7g203laTOKQU2kBBO1rMtewIQGEA3gVjfaaNEaoh7Jb2_MYL7HViJF2Pbs61w7_a8pYXid6iO4/s1600-h/230Joe.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5431866359153636994" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 214px; CURSOR: hand; HEIGHT: 329px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2eCOdxhsFtdcKRg8EwsE4dS17I-IGc7L8j_BjsG7aeLk8Cj0G4lvm6ivqPT4xj7PoT7g203laTOKQU2kBBO1rMtewIQGEA3gVjfaaNEaoh7Jb2_MYL7HViJF2Pbs61w7_a8pYXid6iO4/s320/230Joe.jpg" border="0" /></a></p><p align="left"><br /> </p><p align="left"></p><p align="left"></p><br /><br /><br /><br />...as lágrimas formaram um lago ao seu redor... um lago transparente que refletia a imagem do seu amor que estava longe... e a música foi abafada pelo som do grito de dor que ele emitiu.Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-55900677072199787682010-01-03T14:22:00.000-02:002010-01-03T14:26:36.489-02:00O Vento Errado!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFY0X2-zibhj6dljzy-RNifurx1fLwlTNRCnK0zHm7L6JJrdAd8ou3Y0Ny_68w5wYNZq_drkgnSumZ2ZelMKy-XSSMy7yAAO4xirhL3Hdp33sJNcqbJCBmQNqb5fypxAX51-AXkkrlNUY/s1600-h/brisas.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5422550581758524130" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 256px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFY0X2-zibhj6dljzy-RNifurx1fLwlTNRCnK0zHm7L6JJrdAd8ou3Y0Ny_68w5wYNZq_drkgnSumZ2ZelMKy-XSSMy7yAAO4xirhL3Hdp33sJNcqbJCBmQNqb5fypxAX51-AXkkrlNUY/s320/brisas.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>o vento sopra, forte, intenso, vivo. o vento que descabela, que joga você para longe, que te machuca. a seguir o vento sopra sem intensidade, fraco: a brisa.<br />durante alguns meses a brisa soprava para refrescar o rosto quente e pulsante do rapaz, uma brisa leve e encantadora que aos poucos foi o deixando dependente dela. ele acordava e corria abrir a janela para sentir a brisa... e lá estava ela, esperando-o.<br />certo dia o rapaz foi viajar e no hotel ele abriu a janela e a brisa veio tão forte, tão intensa, tão viva que foi impossível ele não se envolver e fechar os olhos para senti-la tocar o seu corpo, foi impossível ele fugir.<br />ele correu, voltou para casa, fechou as janelas, mas a brisa entrava pelas gretas, pelos buracos no teto, por debaixo da porta. ele não queria mais a brisa, sabia que iria sofrer com ela, mas foi impossível não se envolver: e ele abriu todas as janelas, todas as portas, aumentou todos os buracos no teto. ele se entregou de corpo e alma. e a brisa sussurrava em seu ouvido que o queria mais perto, que o desejava mais intensamente, que esperava pelo momento de encontrá-lo e abraçá-lo.<br />porém a brisa precisou sopra em outros cantos do mundo e abandou o jovem e apaixonado rapaz. ao acordar todas as manhãs ele abria as janelas e as portas e ficava sentado, esperando sentir o preenchimento que somente a brisa o dava, esperava sentir o vento soprar novamente. e de dez em dez dias o vento soprava lá no outro lado do mundo e aqui chegava uma leve brisa, que ao tocar o corpo do rapaz se tornava num vento forte, intenso e vivo. e a brisa dava vida ao rapaz. fazia-o sorrir. mas no outro dia ele abria as portas e janelas e não sentia a brisa... e chorava.<br />o dias passaram. os meses passaram. e ele sabia que a brisa voltaria, e ele esperava, cada dia mais apaixonado e feliz por estar perto do reencontro. e o novo ano chegou e o momento da brisa voltar chegou. ele correu, abriu as janelas, as portas, os buracos no teto, tirou a roupa, ficou em pé no meio da casa esperando que ela entrasse e o preenchesse, esperando que seu corpo e sua alma fossem tocados com carinho, delicadeza, amor...<br /><br /><br /><br />... só que a brisa não veio. o vento não veio.<br /><br /><br /><br />o sol veio aquecendo toda a casa enquanto o rapaz derramava suas últimas lágrimas e seu coração congelava, enquanto a atrocidade da distância o deixava frio, enquanto o sopro de vida ia embora. e ele caiu no chão, sem perspectiva, sem animo, sem vida e uma brisa leve tocou seu corpo e disse: “sentiu o vento errado”. neste momento o coração do jovem congelou e ele nunca mais poderá sentir uma nova brisa, se é que existe uma brisa tão linda, tão forte, tão intensa, tão viva quanto a brisa que o envolveu.<br /><br /><br />hoje o vento sopra forte, intenso, vivo. o vento que descabela, que joga você para longe, que te machuca. em seguida o vento sopra sem intensidade, fraco, como brisa, mas nada adianta, ele não está mais entre nós.</div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-20581070404606464242009-08-16T17:49:00.001-03:002009-08-16T17:54:39.662-03:00Is that alright?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisqvIkdsQLl-FgVK-SYO6OUTe1d5s_cyNAIioAb1kdtv3jadXLrZg200lprNO7mwg39sdTqgt_1DjeJY42IMzT1Wcvxl4wX8VJSRl5rfwp6ewsSqA4O2GhcSX_IvUR5FxlQZWGEJC9PGU/s1600-h/IMG_1742.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370667143794749922" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 240px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisqvIkdsQLl-FgVK-SYO6OUTe1d5s_cyNAIioAb1kdtv3jadXLrZg200lprNO7mwg39sdTqgt_1DjeJY42IMzT1Wcvxl4wX8VJSRl5rfwp6ewsSqA4O2GhcSX_IvUR5FxlQZWGEJC9PGU/s320/IMG_1742.JPG" border="0" /></a><br /><br />a música tocava. as luzes deixavam o ambiente semi-escuro, divertido. o espaço era grande. poderia ser chamada de “festa do labirinto”, pois ninguém conseguia se encontrar. mas não era esse o nome, aliás não tinha nome, ou tinha mas às vezes é melhor fingir esquecer as denominações para tentar tirar de nossas mentes lembranças que não precisam mais estar conosco.<br /><br />o nome da festa foi esquecido. o nome dele não. o nome da bebida foi esquecido. o nome para a ação dele não.<br />não mais recordar é o que se tenta fazer, mas é impossível esquecer aqueles olhos brilhando no meio da escuridão, aquele corpo dançando e cantando, aquelas mãos tocando minha pele. é dificílimo retirar da memória o cheiro daquele perfume misturado ao aroma daquele corpo.<br />enquanto tudo acontecia, Paula Abdul cantava o que era sentido:<br /><br />“you're the whisper of a summer breeze<br />you're the kiss that puts my soul at ease<br />what i'm sayin' is i'm into you<br />here's my story, and the story goes<br />…<br />rush, rush<br />hurry, hurry lover, come to me<br />rush, rush<br />i wanna see, i wanna see you free with me<br />rush, rush<br />i can feel it, i can feel you all through me<br />rush, rush<br />oh, what you do to me”<br /><br /><br />mas a brisa do verão parou de soprar, a alma começou a ficar tensa, pesada... e a história se foi! tudo se perdeu rapidamente. eu queria que ele estivesse livre comigo, que ele se libertasse e viesse sentir tudo que eu poderia proporcionar, mas tudo se perdeu! “rush, rush”.<br /><br />e foi Damien Rice quem cantou por último:<br /><br />“this has got to die<br />this has got to stop<br />this has got to lie down<br />someone else on top”<br /><br />“leave me out with the waste<br />this is not what i do.<br />it's the wrong kind of place<br />to be thinking of you.<br /><br />it's the wrong time,<br />for somebody new<br />it's a small crime,<br />and i've got no excuse.<br />…<br />is that alright?<br />is that alright?<br />is that alright with you?<br /><br />no...”Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-56066975317335335352009-03-05T10:59:00.001-03:002011-06-24T14:11:34.236-03:00sim. Pierre continua o bobo apaixonado!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWjAecMfkge2LZVzZqScM-KL4aMN4b94i0nAIMVqySsM0zANWp_QPNqmoZNiH60j4202yOeWwMQUGpBzSYVUifNIhyphenhyphenuehmLBvqtc_AOc8YdKUwW75qgGOqfngbveMNNtozJny_ctana_8/s1600-h/beijo%252011.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309703629172091586" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWjAecMfkge2LZVzZqScM-KL4aMN4b94i0nAIMVqySsM0zANWp_QPNqmoZNiH60j4202yOeWwMQUGpBzSYVUifNIhyphenhyphenuehmLBvqtc_AOc8YdKUwW75qgGOqfngbveMNNtozJny_ctana_8/s320/beijo%252011.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 199px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 276px;" /></a><br />
<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhT2y47ZWLjOz4_RablKl4d3bjgdzJzAdZOCOXU55i7yTbcw9aCWWVaSFMrPwupvMjoXu6XZ6rL9-EYQAkhViY0OFYv-hdwuv5_KuenViG6gpej3IUMcykAnnBPHNTmk9Dcw6A1Jt6sFA/s1600-h/beijo%252011.jpg"></a></div><div></div><div>Pierre correu!</div><div><br />
Pierre correu como jamais havia corrido. e o motivo era simples: ela.</div><div></div><div><br />
sim. Pierre continua o bobo apaixonado!</div><div></div><div><br />
durante o trabalho Pierre pensou nela, o quanto sentia saudades, o quanto desejava tocá-la mais uma vez, sentir seu corpo junto ao dele, suspirar e arrancar suspiros, suar, lamber, acariciar... Pierre queria ela. somente ela. apenas ela. durante todo o dia ele pensou e repensou como seria esse reencontro.<br />
o horário de seu trabalho chegou ao fim, e ele foi para um bar. foi beber para esquecer, ou criar coragem de ligar para ela. as horas passaram e ele continuou lá, sentado, bebendo e bebendo e bebendo...<br />
Pierre voltou para casa. abriu o portão do prédio, subiu as escadas, e quando chegou na porta do seu apartamento, viu, no chão, ela. sim. ela o esperava, sorrindo. “não chore, meu bem!” foram as palavras que saíram daqueles lábios hipnotizantes.<br />
eles entraram. e nada mais foi dito. nenhuma palavra. apenas os sons dos corpos preenchiam o ambiente. apenas os suspiros, respirações ofegantes, gemidos… sim. eles se amaram mais uma vez e depois adormeceram.<br />
Pierre acordou horas mais tarde, procurou com os braços na cama, procurou com os olhos, procurou com o corpo pela casa... ela não estava. e será que realmente ela esteve?<br />
<br />
Pierre nunca saberá!<br />
<br />
<br />
Pierre saiu de casa, transtornado e correu como jamais havia corrido. e o motivo era simples: ela.<br />
<br />
sim. Pierre continua o bobo apaixonado!</div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-12972658353781027832009-02-11T18:10:00.000-02:002009-02-11T18:14:01.687-02:00.eu queria escrever, mas não consigo. Enfim, não importa mesmo o que escrevo... se eu vier aqui e tentar escrever algo lindo ou dizer apenas "cansei", "foda-se", "que morram todos", não vai fazer a menor diferença... ninguém se importará, nem eu me importo, ou me importo, senão não escreveria agora... sei lá... morram, como eu vou fazer!Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-33379319229979180252009-01-28T21:37:00.001-02:002009-01-28T21:39:31.452-02:00carta<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKm8R0VIAca8Agcy3xkGXgFUSZtbUUcVcwZs_AGXLIZseQhzpRJa9DXiGRIo1cSbc3a55ISF2lbqvqudc-ICoJMMdKeFhvmpB4Nrl2uACOSwljEbQHM1-mFraJeEBjeUJ8khikPECzaTA/s1600-h/image001zo9.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296493084437282850" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 249px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKm8R0VIAca8Agcy3xkGXgFUSZtbUUcVcwZs_AGXLIZseQhzpRJa9DXiGRIo1cSbc3a55ISF2lbqvqudc-ICoJMMdKeFhvmpB4Nrl2uACOSwljEbQHM1-mFraJeEBjeUJ8khikPECzaTA/s320/image001zo9.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><div></div><br /><div></div><div></div><div>... e eu continuei dizendo o quanto sentiria a sua falta.<br /></div><div><br />nada adiantou!<br /></div><div> </div><div><br />você foi...<br /></div><div> </div><div> </div><div><br />como um crime pequeno, sem importância, você continuou a caminhar, descendo as ruas... e eu... como ficaria eu nesse momento? em algum momento você se perguntou isso? e eu?<br /></div><div> </div><div><br />eu chorei!<br /></div><div> </div><div><br />não queria estar aqui escrevendo isto, queria poder sentar e escrever coisa sobre o amor que dá certo, sobre como é lindo caminhar na rua em um dia de chuva e ver você correndo em minha direção... ou dizer que nunca esquecerei a primeira vez que te vi, sentado no bar sorrindo... ou dizer que amei a sua surpresa no dia... no nosso dia... no que era nosso... no dia que jamais voltará a existir...<br /></div><div><br />hoje chegou uma carta sua e nela apenas estava escrito: “sinto saudades”.<br /></div><div><br />há algumas horas estou aqui pensando em o que escrever para você, em como responder uma carta que diz apenas “sinto saudades”. você sempre soube, e eu repeti diversas vezes no dia em que você partiu, que seu sentiria muito a sua falta... e hoje você me escreve, me diz duas palavras... apenas duas palavras que fazem o meu mundo, o mundo que eu achei estar reconstruído, cair.<br /></div><div><br />escrevo enquanto choro!<br /></div><div><br />choro enquanto escrevo!<br /></div><div><br />falo sozinho...<br /></div><div>falo...<br /><br />falo...<br /></div><div><br />... e eu continuei dizendo o quanto sentia a sua falta, até o momento em que bateram na porta.<br /></div><div><br />eu enxuguei minhas lágrimas, bateram novamente... lavei meu rosto e continuavam a bater... e fiquei com medo de abrir, porque as batidas eram fortes, dolorosas, incessantes, rápidas...<br /></div><div> </div><div><br />eu abri!<br /></div><div> </div><div><br />e chorei ao receber um forte abraço que durou minutos intermináveis... a chuva corria pela janela até pingar no chão, como as lágrimas no meu rosto... a chuva fazia a janela chorar comigo... e meu peito ficou vazio e cheio ao mesmo, eu abracei e fui abraçado...<br /><br />... e no seu ouvido eu disse o quanto havia sentido a sua falta. e você... me beijou, como a chuva beija a moça que dança feliz na rua sem guarda-chuva, me beijou como o beija-flor toca seu bico na flor primaveril, me beijou como na primeira vez que eu te vi...<br /><br />... e neste instante você continua me beijando e eu? como fico eu neste momento? você, por algum acaso, pensou em mim?</div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-53937490800109249212008-12-19T20:52:00.001-02:002008-12-19T20:54:08.853-02:00no ônibus...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM8iF7zWsJFh2fA13gamBVCi41C6NuGlDlr_Lap-jOWrJ4OYHOsqJ6GyiZC10HfM6AqiM1DuKGIu3OMucPn62PYIvWDm2O3VPVVPddXvp_kbtnFJokkCKd9pMVOqf2AHzbxfW1PN75nZc/s1600-h/emptybus.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281638066422219266" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM8iF7zWsJFh2fA13gamBVCi41C6NuGlDlr_Lap-jOWrJ4OYHOsqJ6GyiZC10HfM6AqiM1DuKGIu3OMucPn62PYIvWDm2O3VPVVPddXvp_kbtnFJokkCKd9pMVOqf2AHzbxfW1PN75nZc/s320/emptybus.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>ao sentar no ponto de ônibus ele não havia percebido quem estava ao seu lado. o ônibus parou. eles entraram. sem perceber, ele sentou novamente e não percebeu que havia sentado ao lado da mesma pessoa. o ônibus andou, ele abriu o seu livro e começou a ler coisas sobre o amor. “o amor!” ele pensava. o ônibus freou e ele deixou o livro escapar de seus dedos e cair nas pernas da pessoa sentada ao lado. ele pegou o livro ao mesmo tempo em que a pessoa o pegou, suas mãos se tocaram, seu coração disparou...<br /></div><div> </div><div> </div><div><br />ele estava sentado no ponto de ônibus quando viu que um rapaz caminhava distraído em sua direção. o ar começou a faltar quando o jovem sentou ao seu lado. eles, lado a lado. o ônibus parou e ele correu para poder entrar primeiro e não ter que ficar em pé, olhando o jovem, sem entender o que aquele desconhecido o fazia sentir. ele baixou a cabeça, fechou os olhos e respirou fundo, voltando ao normal fisicamente. foi neste instante que sentiu que alguém havia sentado ao seu lado, ele abriu os olhos, o ônibus começou a andar. ao levantar a cabeça percebeu que o rapaz ao seu lado era o mesmo do ponto de ônibus. seu coração disparado parecia que ia sair pela boca. “o que está acontecendo?” ele pensava. o ônibus freou e o livro do jovem caiu em suas pernas. rapidamente ele pegou o livro para devolver, o jovem também pegou o livro, suas mãos se tocaram, seu coração disparou...<br /></div><div> </div><div> </div><div> </div><div><br />no ponto de ônibus havia um rapaz, calado, solitário, aparentemente triste. em sua direção caminhava outro jovem, com andar animado, aparentemente feliz. um sentou ao lado do outro. o ônibus chegou e o rapaz correu para entrar primeiro no ônibus, enquanto o jovem caminhava tranqüilo para poder embarcar. o rapaz sentou, baixou a cabeça, fechou os olhos. o jovem tranqüilo, distraído, entrou no ônibus e sentou ao lado do rapaz, sem perceber. o jovem e o rapaz, lado a lado. o ônibus andou. o jovem pegou seu livro para ler. o rapaz abriu os olhos, levantou a cabeça e percebeu que ao seu lado estava o jovem... seu coração acelerou. “o que está acontecendo?”, pensou o rapaz. “o amor”, pensou o jovem ao mesmo tempo. o ônibus freou, o livro do jovem caiu nas pernas do rapaz. o rapaz foi rápido ao pegar o livro para devolver, porem o jovem havia sido tão rápido quanto o rapaz... suas mãos se tocaram, seus corações dispararam, seus olhos se encantaram, e eles ficaram ali, imóveis, olhando um para o outro, o outro para o um, seduzidos, atraídos, chocados, paralisados, encantados. o rapaz e o jovem. o jovem e o rapaz. um segurou firme a mão do outro – não sei se foi o jovem ou o rapaz, e isso não importa – e o outro deixou ser segurado. a movimentação foi mínima, mas os dedos de um puxaram a mão do outro para mais perto do seu corpo. a boca do outro tremeu ao mesmo tempo que a boca do um também tremeu. e o olhos hipnotizados continuavam a se olhar. e sem perceber os corpos foram chegando mais perto, as bocas se aproximando, as mãos se tocavam mais fortes e quando eles menos esperavam, quando tudo fluía para o inesperado, o novo, o surpreendente, o ônibus freou bruscamente. o livro voou. todos reclamaram para o motorista. e eles, somente eles, apenas eles estavam com os olhos fechados, as mãos apertadas, as bocas encostadas tornando realidade o inimaginável. e a lágrima de felicidade correu no rosto de um. e o sorriso se abriu no rosto do outro.</div><div> </div><div> </div><div> </div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-29112998197474327592008-12-07T13:51:00.000-02:002008-12-07T13:59:40.048-02:00quase cinco...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXnEKhWH16MZBG-bY6v8XK6CUYMYwQxYvMY4RhF81DC0Mwlg_jVERgl0_KY3EjndjXV5rkJSMaXaNjDdmMl5z7mb9ti_VaRXIZMkMpcdaV-cmpgjR6qMt6B9wKMFDyVJadW580QdvHAJg/s1600-h/untitled.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5277078239463821010" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 235px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXnEKhWH16MZBG-bY6v8XK6CUYMYwQxYvMY4RhF81DC0Mwlg_jVERgl0_KY3EjndjXV5rkJSMaXaNjDdmMl5z7mb9ti_VaRXIZMkMpcdaV-cmpgjR6qMt6B9wKMFDyVJadW580QdvHAJg/s320/untitled.bmp" border="0" /></a><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>eram quase cinco horas quando a brisa da madrugada acariciou o triste rosto dele. do mar apenas ouvia o barulho. por mais próximo que estivesse ele não conseguia ver. estava cego.<br />não era uma cegueira normal. estava cego de tanto chorar. de tanto sofrer. de tanto... amar. estava cego de amor. e será que era amor? será que o amor cega? será que o amor é sinônimo de sofrer?<br />para ele nada disso fazia sentido. as imagens vinham em sua mente. as palavras soavam em seu ouvido. o toque ele sentia em seu peito. as sensações eram reais. apenas as sensações. apenas o que a mente conseguiu reproduzir. era real o que não existia mais. o que ele sonha que possa, um dia, existir.<br />eram quase cinco horas quando a brisa da madrugada acariciou o rosto triste dele. apenas um nome. um ser. um desejo. uma cidade. distante. apenas ele sabia o que era. e o que não era. e o que seria, ou não seria.<br />ao adormecer na beira do mar ele sonhou: eles dormiam juntos. amavam-se. tocavam-se. beijavam-se. dormiam. eles dormiam abraçados. apaixonados. e o calor tomava conta de seus corpos... o calor... o calor... o calor que o acordou na beira do mar... o sol no auge do seu esplendor... ele no auge da sua dor. ambos no limite. positivo e negativo, mas no limite.<br />e deitado ele continuou... sem chorar. sem falar. sem gesticular. sem ninguém. sozinho. só... só pensando em quando era feliz. em quando ele o viu pela primeira vez, na beira do mar, com uma água de coco na mão. só lembrando do momento exato que seus olhares se cruzaram, que ele viu e foi visto. nenhum dos dois acreditava no que acontecia. nenhum dos dois acreditava no que via. e ficaram ali. parados. olhando-se. desejando-se. até o momento em que um sorrio e outro ficou em choque, por fora sorrindo também, mas por dentro, sentimentalmente em choque, pois sabia que a sua vida estava mudando naquele momento.<br />cinco anos se passaram. e eram quase cinco horas quando a brisa da madrugada acariciou o triste rosto dele. a lágrima corria por seu rosto e formava no chão uma pequena nascente de rio, até encontrar-se com o mar. eles jamais voltariam a se ver. um deles estava a sete palmos abaixo da terra. o outro na beira do mar, sem saber como suportar. </div><div> </div><div> </div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-54013204506981166082008-11-30T19:07:00.001-02:002008-11-30T19:14:10.133-02:00O caos<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIkQFXj15uNzfjD4PhqlyJUOW8D9tUBr29fVshxsbsiCXW-49l8aFjauLQkGE4UBDk3lMk-059QkakgPR11XTr3RI4M15TzGKGMQWR-I9VvL0UqVk5GmDQp3nUm7h-DlLLiwo0i_PHN9M/s1600-h/DSC06096.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5274561426716244674" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIkQFXj15uNzfjD4PhqlyJUOW8D9tUBr29fVshxsbsiCXW-49l8aFjauLQkGE4UBDk3lMk-059QkakgPR11XTr3RI4M15TzGKGMQWR-I9VvL0UqVk5GmDQp3nUm7h-DlLLiwo0i_PHN9M/s320/DSC06096.gif" border="0" /></a></div><div align="center">17:13h</div><div align="center"> </div><div align="center"><br /></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKkBUIOCGS52L30kEDOGa2n4EXRkqYsI6ADry1TkUaGlpx4QGyGRl6Lf-xpzZAIQ_ORAujQXaJWoi1uazjz2vqMLPZyeMaVmWg30Q7WNaN5x_ECELUfn_zyL0Izc86qy8sSgJQLX3aCss/s1600-h/DSC06103.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5274561256961352258" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKkBUIOCGS52L30kEDOGa2n4EXRkqYsI6ADry1TkUaGlpx4QGyGRl6Lf-xpzZAIQ_ORAujQXaJWoi1uazjz2vqMLPZyeMaVmWg30Q7WNaN5x_ECELUfn_zyL0Izc86qy8sSgJQLX3aCss/s320/DSC06103.gif" border="0" /></a> 17:30h<br /><br /><br /><br /><div><br /> </div><br /><div align="left">“É a pré-enchente!” – a frase é seguida de risadas.<br />Eram 4h da manhã do dia 23 de novembro de 2008. Sem saber o que aconteceria, andávamos nas ruas de Blumenau. A cada volta pelo centro, uma nova rua estava interditada. A possibilidade de voltar pra casa diminuía. O shopping principal da cidade já havia sido evacuado horas antes. Sem ter noção da tragédia que já iniciara, eles andavam pelas ruas de Blumenau.<br />Ao dar de cara com uma montanha de terra no meio da rua, ao fazer a volta e encontrar ruas alagadas, eles resolveram voltar para suas casas. Dormir.<br />8:00h uma mensagem chega no celular: “Acorda! Estamos FUDIDOS! Blumenau está caindo”. Foi o dia mais longo da minha vida. 23 de novembro de 2008.<br />Sem comida. Com pouca água. Saí à procura de algum supermercado aberto. Caminho pelas ruas. Passo em pontes que hoje não existem mais. O perigo era intenso, a fome também. Nada encontro e resolvo retornar ao meu velho prédio. A chuva continuava intensa. O telefone não parava de tocar. De tempo em tempo um amigo ligava dizendo que estava ilhado.<br />17h a notícia que nos deixou em choque. Casas nobres haviam acabado de desabar. Piscinas estavam onde antes era estrada. O terror iniciava. Nenhum lugar era seguro. Em 15 minutos vejo da janela do meu prédio a rua desaparecer. O rio tomar conta da cidade.<br />Sozinho em casa tento ficar calmo. As rádios não sintonizam mais. É anunciado na TV que a água será cortada. A noite chega. A energia termina. Ouço gritos de desesperos nos prédios vizinhos. O alarme de fogo toca. O choro toma conta de mim.<br />Os dias que se seguiram foram de caos completo. Demorou, mas a água baixou, deixando a cidade em lama. Tanques do exército passando na rua, helicópteros há menos de 50 metros da minha janela. Bombeiros, ambulância, polícia... o som era desesperador.<br />Blumenau era outra. Não mais a bela cidade. Agora,a cidade do caos. Quando as coisas pareciam melhorar, as noticias me deixaram mais apreensivo. Ilhota, minha cidade natal. Onde meus pais moram, meus amigos, minha família, meus amores. Ilhota está desabando. E não tenho como chegar lá. Só helicópteros chegam. A impotência me deixa louco. Não posso estar com eles. Quando o caos era aqui, o medo era menor. Eu poderia morrer. O meu prédio poderia cair. Não eles. Não meus pais. Agora o caos é lá e eu estou aqui, sem poder chegar. Sem poder fazer nada. O telefone toca, é minha mãe: “Está tudo bem. Aqui não tem perigo”. O alivio momentâneo.<br />Fazem 7 dias que a guerra começou. Ainda há bombeiros, helicópteros, exército, toque de recolher às 22h, policiais na frente de casa. Eu ainda não pude ver meus pais. E Ilhota continua a desabar.<br />A cidade que nasci e a que escolhi morar ainda caem. Toda vez que vejo a lista de mortos fico tonto. Sobrenomes conhecidos. Tristeza. As lágrimas saem de mim como as casas saíram do seu lugar, como os carros foram arrastados, como o medo que ainda vivemos.<br />Hoje o sol nasceu. A cidade amanheceu em silêncio. Estranhei. Alguns minutos depois de acordado ouço uma música num carro que passa. Música. Algo que havia desaparecido. O sorriso voltou, tímido, mas voltou.<br />Nesta madrugada o medo também reapareceu, a chuva era intensa. Muito ainda há pra se fazer.<br /></div><div align="left"><br />Nós vamos reconstruir as minhas duas cidades.<br /></div><div align="left"><br />Com toda a certeza.</div></div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-5124473602860325272008-11-16T22:52:00.000-02:002008-11-16T22:56:25.841-02:00Corpo e Mente<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnPVSboCgWuSzb0TYIrSr562ZYHSkZjd9dres0RGHH4A6ezkSxMz5xuh1SSSj6ktn6mARIKQw4iQVB6mHAcBjeVhYnroCR4eSb14qdgn_OzC0NpizDjEY1e79oKPWX_n95GwckAUgUd8k/s1600-h/%C3%ADgor+blog.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5269423946064076514" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnPVSboCgWuSzb0TYIrSr562ZYHSkZjd9dres0RGHH4A6ezkSxMz5xuh1SSSj6ktn6mARIKQw4iQVB6mHAcBjeVhYnroCR4eSb14qdgn_OzC0NpizDjEY1e79oKPWX_n95GwckAUgUd8k/s320/%C3%ADgor+blog.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div><p align="left">um sonho.</p><br /><div>apenas um: o casamento.</div><br /><div><br />eles acreditavam nesse sonho. um pediu o outro em casamento no primeiro dia que se conheceram... e o pedido foi aceito no primeiro dia em que se conheceram. eles gostam do mesmo estilo musical, são apaixonados por arte... um conquistou o outro com uma música, o outro se apaixonou pelo um ao saber que a música o tocava. um pedido de casamento. um ‘aceito’ no final da noite.</div><br /><div><br />jovens. bonitos. independentes. eles se apaixonaram. um trabalha o corpo com a mente. o outro trabalha a mente com o corpo. corpo e mente, unidos, como em um casamento. e o pedido aconteceu no primeiro dia em que eles se conheceram.</div><br /><div><br />“meu noivo” um chama o outro. e o outro chama o um de “lombarde”. poderia ser, ‘lombarde, o noivo” ou “o noivo lombarde”, mas não é um, nem outro. cada um é um, nessa relação que não tem começo, nem fim...</div><br /><div><br />um parecendo um argentino. o outro um chileno. a boca de um seduz os olhos do outro. o outro não sabe o que encanta os olhos do ‘um’. e o pedido aconteceu no primeiro dia em que eles se conheceram... sem começo normal... sem final...</div><br /><br /><div><br /></div><br /><br /><div></div><br /><br /><div><br /></div><br /><br /><div></div></div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-24858337872139449762008-11-05T21:05:00.000-02:002011-06-24T14:10:04.619-03:00“a vida é a infância da imortalidade”“a vida é a infância da imortalidade”<br />
<span style="font-size: 85%;">Goethe</span><br />
<br />
<br />
Goethe e Pierre não tinham nada em comum.<br />
Pierre e Goethe eram de mundos diferentes. o encontro entre eles se dava todos os dias quando Pierre abria seu livro e lia sempre a mesma frase: “a vida é a infância da imortalidade”.<br />
rosas brancas. tornados. pássaros. homens. borboletas azuis. cachorros. mulheres. arte. sentimentos... ... ... ...<br />
imagens se formavam tão rápido quanto iam embora de sua mente.<br />
Pierre e Goethe não tinham nada em comum.<br />
apenas a frase de um que soava durante horas no ouvido do outro. apenas a sensação de que esta vida é o começo, a transformação, a evolução do ser. Pierre pensava em Goethe através de lindas imagens. Goethe jamais pensou que Pierre pudesse existir um dia.<br />
Goethe e Pierre não tinham nada em comum. ou tinham tudo...Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-22212559669062805622008-09-07T17:26:00.000-03:002011-06-24T14:09:51.213-03:00O fim de um novo e recente amor!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmcQnMAWIvSlShZpiN3aVZeo6GCeRiZv2S6915ttp85oBxOUYIse9NxdlQxPAD8uVROyMrCfFnUhAH5eRs-k63Ah0t9SgPJC-vSySbLM0Z_58g8XecMARyU5RxjZMxGHfI53qbv6xn0Jw/s1600-h/coraçao.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5243379012855211762" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmcQnMAWIvSlShZpiN3aVZeo6GCeRiZv2S6915ttp85oBxOUYIse9NxdlQxPAD8uVROyMrCfFnUhAH5eRs-k63Ah0t9SgPJC-vSySbLM0Z_58g8XecMARyU5RxjZMxGHfI53qbv6xn0Jw/s320/cora%C3%83%C2%A7ao.jpg" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a><br />
<div></div><br />
<div></div><div></div><div></div><div>a poesia tenta estar presente na vida de Pierre, porém ele não deixa que ela entre.<br />
<br />
Pierre sentiu novamente a dor... já havia esquecido o quão dolorida ela era.<br />
<br />
ele traiu a sua amante...<br />
<br />
traiu pela primeira vez...<br />
<br />
o cabelo loiro de sua amiga/amante não reluz mais.<br />
<br />
os olhos azuis dela perderam a cor.<br />
<br />
a sua orelha desenhada se tornou um rabisco.<br />
<br />
o beijo... o beijo... o beijo se tornou passado...<br />
<br />
o sexo nunca mais acontecerá.</div><div></div><div>novamente o seu coração foi arrancado do peito. só que desta vez a culpa foi dele. somente dele.<br />
<br />
Pierre fez o que sempre condenou.<br />
<br />
ele contou.<br />
<br />
Pierre chorou.<br />
<br />
ele vomita há dias.<br />
<br />
Pierre não sai do quarto há dias.<br />
<br />
ele não se anima nem com a chuva. nem com o sol.</div><div></div><div>Pierre colocou um ponto final, da pior forma possível, no seu novo e recente amor.<br />
<br />
Pierre se sente um defunto...<br />
<br />
... com dor...<br />
<br />
... muita dor...<br />
<br />
... sinto pena dele.</div><div></div><div>=/</div><div></div><div></div><div>coitado.</div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-10588131555640587702008-07-31T15:19:00.000-03:002011-06-24T14:09:32.469-03:00“Pierre, o bobo apaixonado!”<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhibiAWSCN34zwF5Teumi2RfRSL4r0OK6Dt4usvx9Tb29EZArk3sJAAmp96Yt6L6M-IYCfa8BrvTIjb-VBI8O27qRq9T-fjpcLVgUvy2XJeOrdDlbTc2wgmh47sILhQKP5jSCRqdw5AFyA/s1600-h/beijo+apaixonado.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229245524544618114" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhibiAWSCN34zwF5Teumi2RfRSL4r0OK6Dt4usvx9Tb29EZArk3sJAAmp96Yt6L6M-IYCfa8BrvTIjb-VBI8O27qRq9T-fjpcLVgUvy2XJeOrdDlbTc2wgmh47sILhQKP5jSCRqdw5AFyA/s320/beijo+apaixonado.jpg" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a><br />
<div></div><div></div><div></div><div></div><div>Pierre não está acostumado a viver ao lado de pessoas, ele prefere objetos e animais. porém ele jamais esquecerá o dia em que uma bela jovem o fez sentir-se pleno.<br />
a jovem voltou. chegou hoje na casa de Pierre. ‘é só uma visitinha’, ela disse. pode ser ‘só uma visitinha’ para ela. Pierre sabia o que iria acontecer.<br />
eles passaram a tarde juntos, sorrindo um ao outro, encantados. a jovem pegou o violão de Pierre e começou a cantar. linda era a voz dela. linda era ela. cantando. calada. sorrindo. nada era mais belo do que o sorriso tímido dela. nada. nem o canto dos pássaros. nem o barulho da chuva. nem uma cachoeira. nem o raiar do sol num belo dia de inverno.<br />
Pierre não conseguiu se controlar e no meio de uma canção que a bela jovem recitava (sim, ela recitava. as palavras eram como poesias para Pierre), ele a beijou. um beijo apaixonante. e ali eles ficaram, sentindo o calor um do outro, a paixão. matando o desejo que estava neles desde o momento que ela chegou. como era belo o toque suave entre os lábios e também belo a agressividade do beijo com tesão. como era belo as mãos que corriam os corpos. os toques leves e grotescos. nada é mais belo que um beijo apaixonado, um looonnngggoooo beijo apaixonado. e as roupas foram saindo. primeiro a camisa, depois a calça e a cueca. ele estava nu. ela ainda vestida. ‘injustiça’, ele pensou. e logo foi tirando a roupa dela. segundos depois os dois corpos estavam nus. Pierre e a jovem nus. foi quando eles se olharam e pensaram ao mesmo tempo: ‘eu te amo’. e Pierre foi falar para ela, porém ela já estava com a boca no ouvido dele sussurrando: ‘eu te amo’. o silêncio tomou conta do local. Pierre sussurrou um ‘eu te amo’ e o beijo mais belo da vida dos dois foi dado naquele momento.<br />
Pierre sabe que encontrou o novo amor, mas ele também sabe que precisa esperar um pouco para gritar isso ao mundo.<br />
a jovem vai embora. a ‘visitinha’ termina. e Pierre ficará esperando a próxima visita, que já tem dia e hora.<br />
ele agora é chamado pelos amigos de “Pierre, o bobo apaixonado!”.</div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-82683658230441840962008-07-14T19:39:00.000-03:002011-06-24T14:09:20.616-03:00Hola Isabel!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSX3Z3DPEpALoMpHylu23ZXLfKrFp3xOUNRDSD1Km8CQnBsFjVUo09wHiybxcIrOQs6_DCi68yuNZl4EFLQZpA6rCC-qdLO0NjDW5CIQqZCuQ2Ymn8u0Ylg64VkW8wpzn7uxOKyMZ41Kk/s1600-h/daniel_trenner.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5223003830944247010" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSX3Z3DPEpALoMpHylu23ZXLfKrFp3xOUNRDSD1Km8CQnBsFjVUo09wHiybxcIrOQs6_DCi68yuNZl4EFLQZpA6rCC-qdLO0NjDW5CIQqZCuQ2Ymn8u0Ylg64VkW8wpzn7uxOKyMZ41Kk/s320/daniel_trenner.jpg" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a><br />
<div></div><br />
<div></div><br />
<div>Ao entrar correndo no salão de festas durante o Festival de Teatro que acontecia, Isabel viu o que jamais pensou ver: o príncipe encantado. Ou melhor, o argentino encantado.<br />
Ela parou, arrumou o vestido (puxou para cima para mostrar as coxas), mexeu no cabelo, e continuou a andar pelo salão. Agora a sua velocidade era lenta. Quem via Isabel pensava estar vendo uma cena de filme de amor onde a protagonista tem sua entrada deslumbrante e o mocinho lindo se apaixona. Até música Isabel tinha para entrar no salão. Todos riam para ela. Ela ria para todos. E o argentino encantado se encantou com a beleza de Isabel.<br />
Em menos de quinze minutos ela ouviu uma voz no seu ouvido que dizia: “Hola!”. Isabel virou lentamente, sorriu e o príncipe argentino a olhou nos olhos, sentiu o calor de suas mãos e em seguida o sabor dos seus beijos.<br />
Isabel e o argentino. O argentino e Isabel. Uma mistura de nações. Uma mistura de paixões. Uma mistura de sensações. Uma mistura de tesões.<br />
O Festival de Teatro acabou, mas Isabel continua a entrar correndo no teatro na esperança de encontrar o seu argentino encantado mais uma vez. Em novembro ela vai para Buenos Aires ser feliz por mais alguns dias.</div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-75183796116752700832008-06-20T14:16:00.000-03:002008-12-10T21:13:39.475-02:00...<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcJMFTfh2BOopCoUp-80uy1ilA3dltpyK7LE0ejVSDHbA4VQOknSn-oxfnIypsMqwEqPU26P3ANH0woh5mv3YEdpsagHi8hz6oTAHfArn_xcjHXqslffU30mzaK3EB7VhuKIh3WY0swxI/s1600-h/DSC04929.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5214014541445662642" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcJMFTfh2BOopCoUp-80uy1ilA3dltpyK7LE0ejVSDHbA4VQOknSn-oxfnIypsMqwEqPU26P3ANH0woh5mv3YEdpsagHi8hz6oTAHfArn_xcjHXqslffU30mzaK3EB7VhuKIh3WY0swxI/s320/DSC04929.JPG" border="0" /></a> ...e a felicidade chega como o frio... quando você percebe já está sentindo novamente!</div><div align="center"> </div><div align="center">=)</div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-28335096889551076462008-06-16T10:42:00.000-03:002011-06-24T14:08:35.102-03:00Santa de Gelo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitBFyDnQtjb1KnsCaJcAqAWOC2AwdWnbkTFaagczXWWX7pVB0dw4qsHHnWoIwdlT9SOr_9h8zrkR21D61mNOT50fSOMUr1_qt7dAcjQ_roiFwUTRQDE5IRKcKZhkVhcebNagaE2Q7mJMc/s1600-h/snowqueen.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5212475568571128146" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitBFyDnQtjb1KnsCaJcAqAWOC2AwdWnbkTFaagczXWWX7pVB0dw4qsHHnWoIwdlT9SOr_9h8zrkR21D61mNOT50fSOMUr1_qt7dAcjQ_roiFwUTRQDE5IRKcKZhkVhcebNagaE2Q7mJMc/s320/snowqueen.jpg" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a><br />
<div></div><div></div><div></div><div>Ao viajar para lugares frios. Ao sentir o gelo tocar sua pele ressecada. Ao ver a neve deixar seus cabelos brancos. Ao caminhar no sol e sentir que o mesmo não a esquentava. Ao olhar nos olhos da pessoa amada e ver a indiferença. Ao perceber seu coração endurecer. Ao cair bêbada num chão frio. Ao sorrir falsamente. Ao ouvir uma música triste. Ao passar o ano sozinha. Ao pensar que tudo está certo. Ao correr sem rumo. Ao dormir sem sono. Ao parar em frente a uma igreja, Isabel notou o quão fria estava (corporal e sentimentalmente).<br />
As flores que nasciam entre a igreja e ela, os pássaros que cantavam naquela manhã fria, as crianças que sorriam, as beatas que passavam, o padre que rezava, a menina que chorava, o rapaz que corria, o cão que ladrava, o homem que vendia algodão-doce, o sol que brilhava, o amor que Isabel sentia, o vento que soprava, as imagens da infância que iam e vinham, tudo isso deixavam-na mais fria ainda. Isabel congelou. Isabel virou estátua de gelo em frente à igreja. Hoje Isabel é idolatrada como a ‘Santa de Gelo’. E ela nunca fez nada de bom para ser chamada de santa. Isabel apenas queria amar e ser amada, mas as decepções fizeram com que ela congelasse. E dizem que ás vezes a santa chora como um bebê. E dizem que às vezes, na madrugada fria, ela grita como uma louca. E dizem que a ‘Santa de Gelo’ espera o dia em que um homem que realmente saiba o que é amar a beije. E dizem que nesse dia ela descongelará e viverá um amor jamais vivido na Terra. E dizem também que já é tarde, porque o coração dela já se quebrou.<br />
Às vezes eu vou até a igreja e sussurro no ouvido dela: “Não acorde! Continue dormindo! Continue sendo essa linda santa congelada! Não acorde! O mundo aqui fora é mais frio do que aí dentro! Por favor, continue dormindo. Por favor! Por favor! Não acorde!” </div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-41909080599290235812008-06-12T13:08:00.000-03:002008-12-10T21:13:39.843-02:00Dia dos Namorados!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRedKhc_xiGnT9_sROg4bChOq5nU0wgYb38YcroNLKypzHt8ZBpEEyUkqxOBbCThq1MxRfjazxm3YbOpKycUeI22Aaj07Fr1ROtHJ4obt0nj3gbC4YdX5Vth_dU853YZv6buC5U03vEzE/s1600-h/carinho1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5211027884633917346" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRedKhc_xiGnT9_sROg4bChOq5nU0wgYb38YcroNLKypzHt8ZBpEEyUkqxOBbCThq1MxRfjazxm3YbOpKycUeI22Aaj07Fr1ROtHJ4obt0nj3gbC4YdX5Vth_dU853YZv6buC5U03vEzE/s320/carinho1.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><strong><em>Desejo a todos um <span style="color:#ff0000;">FELIZ DIA DOS NAMORADOS!</span></em></strong><br /><strong><em></em></strong><br /><strong><em></em></strong><br /><strong><em>=) </em></strong><strong><em>=) </em></strong><strong><em>=)</em></strong>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-20939971115446139562008-06-01T14:40:00.000-03:002008-12-10T21:13:40.357-02:00Ah, o Amor!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcMOHoZdf7g_q0lZx91xEZmhIbRAgVqJqw9htJ4EhjZ6D-cuavXF4XezREDbwj0PuNXjah18cuqiNX4wnuz87ggEbei_v0BOOn2i8auCGGNhzSAKJGNYv8Qfl6moHn-TGVyiHkvtX9x-M/s1600-h/DSC04592.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5206971144932603298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcMOHoZdf7g_q0lZx91xEZmhIbRAgVqJqw9htJ4EhjZ6D-cuavXF4XezREDbwj0PuNXjah18cuqiNX4wnuz87ggEbei_v0BOOn2i8auCGGNhzSAKJGNYv8Qfl6moHn-TGVyiHkvtX9x-M/s320/DSC04592.JPG" border="0" /></a> <div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div><span style="font-family:georgia;">"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.<br />Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência: ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, nada serei.<br />E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso se aproveitará.<br />O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz incovenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.</span></div><div><span style="font-family:georgia;">O amor jamais acaba. Mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará. Porque em parte conhecemos e em parte profetizamos. Quando porém vier o que é perfeito, o que então é em parte, será aniquilado.<br />Quando eu era menino, falava como um menino, sentia como menino. Quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.<br />Porque agora vemos como um espelho, obscuramente, e então veremos face a face; agora conheço em parte, e então conhecerei como sou conhecido.<br />Agora, pois, permanecem a Fé, a Esperança e o Amor. Estes três. Porém o maior deles é o Amor". (Trecho da carta de Paulo aos Coríntios)</span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;"></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;"></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em>continuo acreditando que o amor é o caminho...</em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em></em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em>... e a cada dia que passa tenho mais provas que estou certo. =)</em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em></em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em>Viva o amor!</em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em></em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em>O verdadeiro amor!</em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em></em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em>=)</em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em></em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><em>=*</em></span></div><br /><div><span style="font-family:Arial;"></span></div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8468181578454874249.post-32357475683066101712008-05-16T14:26:00.000-03:002008-12-10T21:13:40.468-02:00Depois da tempestade...<div align="left"></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe0Ly-L0bqPjTjB1dBLqgoNsigOs7XhLgpJKkoO0FSv2kXkrycaPHD8lKKuTqskAstMzzWF-wOaJCn_AJCKV_kJRJ2ynaAMQhjzZgxQ6AnwbAvfhIEwRcugtbRblS6t4gKRX4qnvSA9AI/s1600-h/DSC04788.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5201028960079671298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe0Ly-L0bqPjTjB1dBLqgoNsigOs7XhLgpJKkoO0FSv2kXkrycaPHD8lKKuTqskAstMzzWF-wOaJCn_AJCKV_kJRJ2ynaAMQhjzZgxQ6AnwbAvfhIEwRcugtbRblS6t4gKRX4qnvSA9AI/s320/DSC04788.JPG" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><em>Foto by Joanna Oliari</em></span> </div><div align="left"><br /></div><div align="left"></div><div align="left">No dia em que as nuvens pareciam tomar conta da cidade... no dia em que a tempestade desabou destruindo lares, sonhos, vidas... Neste dia, ao fim da destruição, o sol apareceu... trazendo esperanças a quem tudo perdeu, fazendo sorrir quem sentiu as lágrias correrem no rosto... o sol que muitos passam dias sem perceber, para aquele povo, naquele dia, foi o símbolo da continuação da vida. Mesmo sabendo que a reconstrução não será fácil, mesmo sabendo que ainda haverá momentos de sofrimento, porque na vida precisamos sofrer e sorrir... mesmo sabendo de todas as dificuldades que virão, aquelas pessoas ficaram felizes. Sorriram... cantaram... abraçaram-se... e principalmente elas aprenderam com a impiedosa tempestade que respeitar o ambiente, que respeitar o seu colega, que respeitar os seres é essencial para uma vida longa, bela e linda.</div><div align="left"></div><div align="left">=)</div><div align="left"></div>Rafael Koehlerhttp://www.blogger.com/profile/15653761424714003746noreply@blogger.com1