sexta-feira, 16 de maio de 2008

Depois da tempestade...

Foto by Joanna Oliari

No dia em que as nuvens pareciam tomar conta da cidade... no dia em que a tempestade desabou destruindo lares, sonhos, vidas... Neste dia, ao fim da destruição, o sol apareceu... trazendo esperanças a quem tudo perdeu, fazendo sorrir quem sentiu as lágrias correrem no rosto... o sol que muitos passam dias sem perceber, para aquele povo, naquele dia, foi o símbolo da continuação da vida. Mesmo sabendo que a reconstrução não será fácil, mesmo sabendo que ainda haverá momentos de sofrimento, porque na vida precisamos sofrer e sorrir... mesmo sabendo de todas as dificuldades que virão, aquelas pessoas ficaram felizes. Sorriram... cantaram... abraçaram-se... e principalmente elas aprenderam com a impiedosa tempestade que respeitar o ambiente, que respeitar o seu colega, que respeitar os seres é essencial para uma vida longa, bela e linda.
=)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Pierre e suas emoções!

... deitado na grama de um dos parques mais belos de sua cidade Pierre chora. as lágrimas são incontroláveis. os olhos não conseguem focar em nada, estão embaçados. Pierre chora impulsivamente.
não há mais humanos. não há mais animais. não há mais nada. Pierre sabe que apenas ele, somente ele, unicamente ele, simplesmente ele sobrevive ao egoísmo do mundo. pelo menos ele acha isso.
Pierre não tem noção do quão ainda irá sofrer. do quão as lágrimas irão correr. do quão os humanos se tornaram menos humanos, mais egoístas, menos sensíveis, mais indiferentes, mais individualistas, mais e mais e mais e mais animais, que tem suas ações influenciadas pelo instinto, não se importando com mais nada, com mais ninguém, apenas consigo, apenas com o seu prazer.
neste momento Pierre sou eu! eu sou Pierre! nós somos a mesma pessoa, o mesmo humano que tenta na escuridão encontrar uma saída, que deixa espaço para a esperança, que apesar de todos os ex-amigos egoístas nós ainda acreditamos nos poucos e bons, que merecem serem chamados de amigos.
Pierre pára de chorar, tenta disfarçar o olho que arde. disfarçar por quê? pra quem? Pierre não encontra respostas, apenas mais perguntas. Pierre senta e se encosta a uma árvore. são duas horas da manhã e ele está sozinho, no parque escuro, secando ainda o rosto molhado por suas lágrimas.
Pierre… Pierre… Pierre… Pierre fecha os olhos e suspira profundamente, tentando se recompor. uma mão macia, delicada, leve, feminina... uma mão toca seu rosto. enxuga suas últimas lágrimas. acaricia sua bochecha. Pierre não se move. não abre os olhos. apenas se deixa acariciar. e o carinho daquela mão se multiplica, e agora são duas mãos tocando o rosto de Pierre. duas mãos fazendo carinho. Pierre acredita estar sonhando, ou quem sabe imaginando tal situação, e por este motivo não abre os olhos, tem medo de descobrir ser um sonho. e os carinhos aumentam. Pierre sorri sentindo o ar que sai das narinas do ser humano que o acaricia. lábios finos, tão macios quanto as mãos, tão delicados, tão agradáveis, tocam os lábios de Pierre... e um beijo noturno, silencioso, molhado, romântico, carinhoso acontece no parque escuro. Pierre sorri… Pierre sorri… Pierre sorri…


beijos,
abraços,
sorrisos...