domingo, 16 de agosto de 2009

Is that alright?



a música tocava. as luzes deixavam o ambiente semi-escuro, divertido. o espaço era grande. poderia ser chamada de “festa do labirinto”, pois ninguém conseguia se encontrar. mas não era esse o nome, aliás não tinha nome, ou tinha mas às vezes é melhor fingir esquecer as denominações para tentar tirar de nossas mentes lembranças que não precisam mais estar conosco.

o nome da festa foi esquecido. o nome dele não. o nome da bebida foi esquecido. o nome para a ação dele não.
não mais recordar é o que se tenta fazer, mas é impossível esquecer aqueles olhos brilhando no meio da escuridão, aquele corpo dançando e cantando, aquelas mãos tocando minha pele. é dificílimo retirar da memória o cheiro daquele perfume misturado ao aroma daquele corpo.
enquanto tudo acontecia, Paula Abdul cantava o que era sentido:

“you're the whisper of a summer breeze
you're the kiss that puts my soul at ease
what i'm sayin' is i'm into you
here's my story, and the story goes

rush, rush
hurry, hurry lover, come to me
rush, rush
i wanna see, i wanna see you free with me
rush, rush
i can feel it, i can feel you all through me
rush, rush
oh, what you do to me”


mas a brisa do verão parou de soprar, a alma começou a ficar tensa, pesada... e a história se foi! tudo se perdeu rapidamente. eu queria que ele estivesse livre comigo, que ele se libertasse e viesse sentir tudo que eu poderia proporcionar, mas tudo se perdeu! “rush, rush”.

e foi Damien Rice quem cantou por último:

“this has got to die
this has got to stop
this has got to lie down
someone else on top”

“leave me out with the waste
this is not what i do.
it's the wrong kind of place
to be thinking of you.

it's the wrong time,
for somebody new
it's a small crime,
and i've got no excuse.

is that alright?
is that alright?
is that alright with you?

no...”

quinta-feira, 5 de março de 2009

sim. Pierre continua o bobo apaixonado!


Pierre correu!

Pierre correu como jamais havia corrido. e o motivo era simples: ela.

sim. Pierre continua o bobo apaixonado!

durante o trabalho Pierre pensou nela, o quanto sentia saudades, o quanto desejava tocá-la mais uma vez, sentir seu corpo junto ao dele, suspirar e arrancar suspiros, suar, lamber, acariciar... Pierre queria ela. somente ela. apenas ela. durante todo o dia ele pensou e repensou como seria esse reencontro.
o horário de seu trabalho chegou ao fim, e ele foi para um bar. foi beber para esquecer, ou criar coragem de ligar para ela. as horas passaram e ele continuou lá, sentado, bebendo e bebendo e bebendo...
Pierre voltou para casa. abriu o portão do prédio, subiu as escadas, e quando chegou na porta do seu apartamento, viu, no chão, ela. sim. ela o esperava, sorrindo. “não chore, meu bem!” foram as palavras que saíram daqueles lábios hipnotizantes.
eles entraram. e nada mais foi dito. nenhuma palavra. apenas os sons dos corpos preenchiam o ambiente. apenas os suspiros, respirações ofegantes, gemidos… sim. eles se amaram mais uma vez e depois adormeceram.
Pierre acordou horas mais tarde, procurou com os braços na cama, procurou com os olhos, procurou com o corpo pela casa... ela não estava. e será que realmente ela esteve?

Pierre nunca saberá!


Pierre saiu de casa, transtornado e correu como jamais havia corrido. e o motivo era simples: ela.

sim. Pierre continua o bobo apaixonado!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

.

eu queria escrever, mas não consigo. Enfim, não importa mesmo o que escrevo... se eu vier aqui e tentar escrever algo lindo ou dizer apenas "cansei", "foda-se", "que morram todos", não vai fazer a menor diferença... ninguém se importará, nem eu me importo, ou me importo, senão não escreveria agora... sei lá... morram, como eu vou fazer!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

carta



... e eu continuei dizendo o quanto sentiria a sua falta.

nada adiantou!

você foi...

como um crime pequeno, sem importância, você continuou a caminhar, descendo as ruas... e eu... como ficaria eu nesse momento? em algum momento você se perguntou isso? e eu?

eu chorei!

não queria estar aqui escrevendo isto, queria poder sentar e escrever coisa sobre o amor que dá certo, sobre como é lindo caminhar na rua em um dia de chuva e ver você correndo em minha direção... ou dizer que nunca esquecerei a primeira vez que te vi, sentado no bar sorrindo... ou dizer que amei a sua surpresa no dia... no nosso dia... no que era nosso... no dia que jamais voltará a existir...

hoje chegou uma carta sua e nela apenas estava escrito: “sinto saudades”.

há algumas horas estou aqui pensando em o que escrever para você, em como responder uma carta que diz apenas “sinto saudades”. você sempre soube, e eu repeti diversas vezes no dia em que você partiu, que seu sentiria muito a sua falta... e hoje você me escreve, me diz duas palavras... apenas duas palavras que fazem o meu mundo, o mundo que eu achei estar reconstruído, cair.

escrevo enquanto choro!

choro enquanto escrevo!

falo sozinho...
falo...

falo...

... e eu continuei dizendo o quanto sentia a sua falta, até o momento em que bateram na porta.

eu enxuguei minhas lágrimas, bateram novamente... lavei meu rosto e continuavam a bater... e fiquei com medo de abrir, porque as batidas eram fortes, dolorosas, incessantes, rápidas...

eu abri!

e chorei ao receber um forte abraço que durou minutos intermináveis... a chuva corria pela janela até pingar no chão, como as lágrimas no meu rosto... a chuva fazia a janela chorar comigo... e meu peito ficou vazio e cheio ao mesmo, eu abracei e fui abraçado...

... e no seu ouvido eu disse o quanto havia sentido a sua falta. e você... me beijou, como a chuva beija a moça que dança feliz na rua sem guarda-chuva, me beijou como o beija-flor toca seu bico na flor primaveril, me beijou como na primeira vez que eu te vi...

... e neste instante você continua me beijando e eu? como fico eu neste momento? você, por algum acaso, pensou em mim?