o vento sopra, forte, intenso, vivo. o vento que descabela, que joga você para longe, que te machuca. a seguir o vento sopra sem intensidade, fraco: a brisa.
durante alguns meses a brisa soprava para refrescar o rosto quente e pulsante do rapaz, uma brisa leve e encantadora que aos poucos foi o deixando dependente dela. ele acordava e corria abrir a janela para sentir a brisa... e lá estava ela, esperando-o.
certo dia o rapaz foi viajar e no hotel ele abriu a janela e a brisa veio tão forte, tão intensa, tão viva que foi impossível ele não se envolver e fechar os olhos para senti-la tocar o seu corpo, foi impossível ele fugir.
ele correu, voltou para casa, fechou as janelas, mas a brisa entrava pelas gretas, pelos buracos no teto, por debaixo da porta. ele não queria mais a brisa, sabia que iria sofrer com ela, mas foi impossível não se envolver: e ele abriu todas as janelas, todas as portas, aumentou todos os buracos no teto. ele se entregou de corpo e alma. e a brisa sussurrava em seu ouvido que o queria mais perto, que o desejava mais intensamente, que esperava pelo momento de encontrá-lo e abraçá-lo.
porém a brisa precisou sopra em outros cantos do mundo e abandou o jovem e apaixonado rapaz. ao acordar todas as manhãs ele abria as janelas e as portas e ficava sentado, esperando sentir o preenchimento que somente a brisa o dava, esperava sentir o vento soprar novamente. e de dez em dez dias o vento soprava lá no outro lado do mundo e aqui chegava uma leve brisa, que ao tocar o corpo do rapaz se tornava num vento forte, intenso e vivo. e a brisa dava vida ao rapaz. fazia-o sorrir. mas no outro dia ele abria as portas e janelas e não sentia a brisa... e chorava.
o dias passaram. os meses passaram. e ele sabia que a brisa voltaria, e ele esperava, cada dia mais apaixonado e feliz por estar perto do reencontro. e o novo ano chegou e o momento da brisa voltar chegou. ele correu, abriu as janelas, as portas, os buracos no teto, tirou a roupa, ficou em pé no meio da casa esperando que ela entrasse e o preenchesse, esperando que seu corpo e sua alma fossem tocados com carinho, delicadeza, amor...
... só que a brisa não veio. o vento não veio.
o sol veio aquecendo toda a casa enquanto o rapaz derramava suas últimas lágrimas e seu coração congelava, enquanto a atrocidade da distância o deixava frio, enquanto o sopro de vida ia embora. e ele caiu no chão, sem perspectiva, sem animo, sem vida e uma brisa leve tocou seu corpo e disse: “sentiu o vento errado”. neste momento o coração do jovem congelou e ele nunca mais poderá sentir uma nova brisa, se é que existe uma brisa tão linda, tão forte, tão intensa, tão viva quanto a brisa que o envolveu.
hoje o vento sopra forte, intenso, vivo. o vento que descabela, que joga você para longe, que te machuca. em seguida o vento sopra sem intensidade, fraco, como brisa, mas nada adianta, ele não está mais entre nós.
durante alguns meses a brisa soprava para refrescar o rosto quente e pulsante do rapaz, uma brisa leve e encantadora que aos poucos foi o deixando dependente dela. ele acordava e corria abrir a janela para sentir a brisa... e lá estava ela, esperando-o.
certo dia o rapaz foi viajar e no hotel ele abriu a janela e a brisa veio tão forte, tão intensa, tão viva que foi impossível ele não se envolver e fechar os olhos para senti-la tocar o seu corpo, foi impossível ele fugir.
ele correu, voltou para casa, fechou as janelas, mas a brisa entrava pelas gretas, pelos buracos no teto, por debaixo da porta. ele não queria mais a brisa, sabia que iria sofrer com ela, mas foi impossível não se envolver: e ele abriu todas as janelas, todas as portas, aumentou todos os buracos no teto. ele se entregou de corpo e alma. e a brisa sussurrava em seu ouvido que o queria mais perto, que o desejava mais intensamente, que esperava pelo momento de encontrá-lo e abraçá-lo.
porém a brisa precisou sopra em outros cantos do mundo e abandou o jovem e apaixonado rapaz. ao acordar todas as manhãs ele abria as janelas e as portas e ficava sentado, esperando sentir o preenchimento que somente a brisa o dava, esperava sentir o vento soprar novamente. e de dez em dez dias o vento soprava lá no outro lado do mundo e aqui chegava uma leve brisa, que ao tocar o corpo do rapaz se tornava num vento forte, intenso e vivo. e a brisa dava vida ao rapaz. fazia-o sorrir. mas no outro dia ele abria as portas e janelas e não sentia a brisa... e chorava.
o dias passaram. os meses passaram. e ele sabia que a brisa voltaria, e ele esperava, cada dia mais apaixonado e feliz por estar perto do reencontro. e o novo ano chegou e o momento da brisa voltar chegou. ele correu, abriu as janelas, as portas, os buracos no teto, tirou a roupa, ficou em pé no meio da casa esperando que ela entrasse e o preenchesse, esperando que seu corpo e sua alma fossem tocados com carinho, delicadeza, amor...
... só que a brisa não veio. o vento não veio.
o sol veio aquecendo toda a casa enquanto o rapaz derramava suas últimas lágrimas e seu coração congelava, enquanto a atrocidade da distância o deixava frio, enquanto o sopro de vida ia embora. e ele caiu no chão, sem perspectiva, sem animo, sem vida e uma brisa leve tocou seu corpo e disse: “sentiu o vento errado”. neste momento o coração do jovem congelou e ele nunca mais poderá sentir uma nova brisa, se é que existe uma brisa tão linda, tão forte, tão intensa, tão viva quanto a brisa que o envolveu.
hoje o vento sopra forte, intenso, vivo. o vento que descabela, que joga você para longe, que te machuca. em seguida o vento sopra sem intensidade, fraco, como brisa, mas nada adianta, ele não está mais entre nós.
2 comentários:
Rafa q texto massa (y)*----*
Penso que a brisa já se foi e também não mais voltará, pois eu não a quero mais de volta, pois ao fim, ela deixa o vazio arrebatador que dilacera a alma.
Esta brisa que impulsiona e nos motiva também nos escraviza e nos mantém reféns, de ilusões e de inverdades imaginadas.
Só o amargo gosto deste abismo nos faz vê-lo de fato como o é: ao passo que de dá, tira-se, uma fusão aparentemente indissolúvel de causalidades.
A grande chave talvez seja deixar a âncora enferrujada e velha para trás e deixar-se voar, em paz, sem buscas ou atropelos, apenas, experenciando o vento, e o agora.
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