meio tonto ele levantou de sua cama e abriu o armário, procurava um álbum de fotos do último ano... cada segundo que se passava a dor aumentava, e ele começou a jogar tudo para o alto, as folhas de contratos voavam pela sala, os cadernos com anotações de sua vida foram arremessados pela janela, e a dor só aumentava... as fotografias foram jogadas para o alto, e neste momento ele caiu no chão... sem força, deitado, sozinho no meio da sala...
...foi então que percebeu que as fotos faziam uma dança no ar, como milhares de pétalas de rosas caindo lentamente, só que ao invés de pétalas, o que caia era o seu passado, momentos felizes e triste de uma vida inteira... ele pequeno chorando por ter recebido o presente não desejado, ele nu no banheiro na adolescência, a praia no verão de 91, o amor juvenil, a formatura, os amigos... e no meu da chuva de rosas do passado ele viu o que procurava, uma foto do ser amado. eles sorrindo no único encontro que tiveram...
(de play e continue lendo)
... e a dor aumentou de uma forma incontrolável... ele sempre soube que quando a saudade é demais, não cabe no peito: escorre pelos olhos... enquanto a lágrima corria por seu rosto, como em um filme, uma música começou a tocar. ele não sabia de onde vinha, não sabia se era da rua, do vizinho, da sua própria casa ou se só tocava na mente dele, mas não tinha importância... a música traduzia todo o pensamento dele...
‘perchè si spezzano tra i denti le cose più importanti. quelle parole che non osiamo mai.e faccio un tuffo nel dolore’
...as lágrimas formaram um lago ao seu redor... um lago transparente que refletia a imagem do seu amor que estava longe... e a música foi abafada pelo som do grito de dor que ele emitiu.