sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

no ônibus...



ao sentar no ponto de ônibus ele não havia percebido quem estava ao seu lado. o ônibus parou. eles entraram. sem perceber, ele sentou novamente e não percebeu que havia sentado ao lado da mesma pessoa. o ônibus andou, ele abriu o seu livro e começou a ler coisas sobre o amor. “o amor!” ele pensava. o ônibus freou e ele deixou o livro escapar de seus dedos e cair nas pernas da pessoa sentada ao lado. ele pegou o livro ao mesmo tempo em que a pessoa o pegou, suas mãos se tocaram, seu coração disparou...

ele estava sentado no ponto de ônibus quando viu que um rapaz caminhava distraído em sua direção. o ar começou a faltar quando o jovem sentou ao seu lado. eles, lado a lado. o ônibus parou e ele correu para poder entrar primeiro e não ter que ficar em pé, olhando o jovem, sem entender o que aquele desconhecido o fazia sentir. ele baixou a cabeça, fechou os olhos e respirou fundo, voltando ao normal fisicamente. foi neste instante que sentiu que alguém havia sentado ao seu lado, ele abriu os olhos, o ônibus começou a andar. ao levantar a cabeça percebeu que o rapaz ao seu lado era o mesmo do ponto de ônibus. seu coração disparado parecia que ia sair pela boca. “o que está acontecendo?” ele pensava. o ônibus freou e o livro do jovem caiu em suas pernas. rapidamente ele pegou o livro para devolver, o jovem também pegou o livro, suas mãos se tocaram, seu coração disparou...

no ponto de ônibus havia um rapaz, calado, solitário, aparentemente triste. em sua direção caminhava outro jovem, com andar animado, aparentemente feliz. um sentou ao lado do outro. o ônibus chegou e o rapaz correu para entrar primeiro no ônibus, enquanto o jovem caminhava tranqüilo para poder embarcar. o rapaz sentou, baixou a cabeça, fechou os olhos. o jovem tranqüilo, distraído, entrou no ônibus e sentou ao lado do rapaz, sem perceber. o jovem e o rapaz, lado a lado. o ônibus andou. o jovem pegou seu livro para ler. o rapaz abriu os olhos, levantou a cabeça e percebeu que ao seu lado estava o jovem... seu coração acelerou. “o que está acontecendo?”, pensou o rapaz. “o amor”, pensou o jovem ao mesmo tempo. o ônibus freou, o livro do jovem caiu nas pernas do rapaz. o rapaz foi rápido ao pegar o livro para devolver, porem o jovem havia sido tão rápido quanto o rapaz... suas mãos se tocaram, seus corações dispararam, seus olhos se encantaram, e eles ficaram ali, imóveis, olhando um para o outro, o outro para o um, seduzidos, atraídos, chocados, paralisados, encantados. o rapaz e o jovem. o jovem e o rapaz. um segurou firme a mão do outro – não sei se foi o jovem ou o rapaz, e isso não importa – e o outro deixou ser segurado. a movimentação foi mínima, mas os dedos de um puxaram a mão do outro para mais perto do seu corpo. a boca do outro tremeu ao mesmo tempo que a boca do um também tremeu. e o olhos hipnotizados continuavam a se olhar. e sem perceber os corpos foram chegando mais perto, as bocas se aproximando, as mãos se tocavam mais fortes e quando eles menos esperavam, quando tudo fluía para o inesperado, o novo, o surpreendente, o ônibus freou bruscamente. o livro voou. todos reclamaram para o motorista. e eles, somente eles, apenas eles estavam com os olhos fechados, as mãos apertadas, as bocas encostadas tornando realidade o inimaginável. e a lágrima de felicidade correu no rosto de um. e o sorriso se abriu no rosto do outro.

domingo, 7 de dezembro de 2008

quase cinco...


eram quase cinco horas quando a brisa da madrugada acariciou o triste rosto dele. do mar apenas ouvia o barulho. por mais próximo que estivesse ele não conseguia ver. estava cego.
não era uma cegueira normal. estava cego de tanto chorar. de tanto sofrer. de tanto... amar. estava cego de amor. e será que era amor? será que o amor cega? será que o amor é sinônimo de sofrer?
para ele nada disso fazia sentido. as imagens vinham em sua mente. as palavras soavam em seu ouvido. o toque ele sentia em seu peito. as sensações eram reais. apenas as sensações. apenas o que a mente conseguiu reproduzir. era real o que não existia mais. o que ele sonha que possa, um dia, existir.
eram quase cinco horas quando a brisa da madrugada acariciou o rosto triste dele. apenas um nome. um ser. um desejo. uma cidade. distante. apenas ele sabia o que era. e o que não era. e o que seria, ou não seria.
ao adormecer na beira do mar ele sonhou: eles dormiam juntos. amavam-se. tocavam-se. beijavam-se. dormiam. eles dormiam abraçados. apaixonados. e o calor tomava conta de seus corpos... o calor... o calor... o calor que o acordou na beira do mar... o sol no auge do seu esplendor... ele no auge da sua dor. ambos no limite. positivo e negativo, mas no limite.
e deitado ele continuou... sem chorar. sem falar. sem gesticular. sem ninguém. sozinho. só... só pensando em quando era feliz. em quando ele o viu pela primeira vez, na beira do mar, com uma água de coco na mão. só lembrando do momento exato que seus olhares se cruzaram, que ele viu e foi visto. nenhum dos dois acreditava no que acontecia. nenhum dos dois acreditava no que via. e ficaram ali. parados. olhando-se. desejando-se. até o momento em que um sorrio e outro ficou em choque, por fora sorrindo também, mas por dentro, sentimentalmente em choque, pois sabia que a sua vida estava mudando naquele momento.
cinco anos se passaram. e eram quase cinco horas quando a brisa da madrugada acariciou o triste rosto dele. a lágrima corria por seu rosto e formava no chão uma pequena nascente de rio, até encontrar-se com o mar. eles jamais voltariam a se ver. um deles estava a sete palmos abaixo da terra. o outro na beira do mar, sem saber como suportar.

domingo, 30 de novembro de 2008

O caos

17:13h

17:30h





“É a pré-enchente!” – a frase é seguida de risadas.
Eram 4h da manhã do dia 23 de novembro de 2008. Sem saber o que aconteceria, andávamos nas ruas de Blumenau. A cada volta pelo centro, uma nova rua estava interditada. A possibilidade de voltar pra casa diminuía. O shopping principal da cidade já havia sido evacuado horas antes. Sem ter noção da tragédia que já iniciara, eles andavam pelas ruas de Blumenau.
Ao dar de cara com uma montanha de terra no meio da rua, ao fazer a volta e encontrar ruas alagadas, eles resolveram voltar para suas casas. Dormir.
8:00h uma mensagem chega no celular: “Acorda! Estamos FUDIDOS! Blumenau está caindo”. Foi o dia mais longo da minha vida. 23 de novembro de 2008.
Sem comida. Com pouca água. Saí à procura de algum supermercado aberto. Caminho pelas ruas. Passo em pontes que hoje não existem mais. O perigo era intenso, a fome também. Nada encontro e resolvo retornar ao meu velho prédio. A chuva continuava intensa. O telefone não parava de tocar. De tempo em tempo um amigo ligava dizendo que estava ilhado.
17h a notícia que nos deixou em choque. Casas nobres haviam acabado de desabar. Piscinas estavam onde antes era estrada. O terror iniciava. Nenhum lugar era seguro. Em 15 minutos vejo da janela do meu prédio a rua desaparecer. O rio tomar conta da cidade.
Sozinho em casa tento ficar calmo. As rádios não sintonizam mais. É anunciado na TV que a água será cortada. A noite chega. A energia termina. Ouço gritos de desesperos nos prédios vizinhos. O alarme de fogo toca. O choro toma conta de mim.
Os dias que se seguiram foram de caos completo. Demorou, mas a água baixou, deixando a cidade em lama. Tanques do exército passando na rua, helicópteros há menos de 50 metros da minha janela. Bombeiros, ambulância, polícia... o som era desesperador.
Blumenau era outra. Não mais a bela cidade. Agora,a cidade do caos. Quando as coisas pareciam melhorar, as noticias me deixaram mais apreensivo. Ilhota, minha cidade natal. Onde meus pais moram, meus amigos, minha família, meus amores. Ilhota está desabando. E não tenho como chegar lá. Só helicópteros chegam. A impotência me deixa louco. Não posso estar com eles. Quando o caos era aqui, o medo era menor. Eu poderia morrer. O meu prédio poderia cair. Não eles. Não meus pais. Agora o caos é lá e eu estou aqui, sem poder chegar. Sem poder fazer nada. O telefone toca, é minha mãe: “Está tudo bem. Aqui não tem perigo”. O alivio momentâneo.
Fazem 7 dias que a guerra começou. Ainda há bombeiros, helicópteros, exército, toque de recolher às 22h, policiais na frente de casa. Eu ainda não pude ver meus pais. E Ilhota continua a desabar.
A cidade que nasci e a que escolhi morar ainda caem. Toda vez que vejo a lista de mortos fico tonto. Sobrenomes conhecidos. Tristeza. As lágrimas saem de mim como as casas saíram do seu lugar, como os carros foram arrastados, como o medo que ainda vivemos.
Hoje o sol nasceu. A cidade amanheceu em silêncio. Estranhei. Alguns minutos depois de acordado ouço uma música num carro que passa. Música. Algo que havia desaparecido. O sorriso voltou, tímido, mas voltou.
Nesta madrugada o medo também reapareceu, a chuva era intensa. Muito ainda há pra se fazer.

Nós vamos reconstruir as minhas duas cidades.

Com toda a certeza.

domingo, 16 de novembro de 2008

Corpo e Mente


um sonho.


apenas um: o casamento.


eles acreditavam nesse sonho. um pediu o outro em casamento no primeiro dia que se conheceram... e o pedido foi aceito no primeiro dia em que se conheceram. eles gostam do mesmo estilo musical, são apaixonados por arte... um conquistou o outro com uma música, o outro se apaixonou pelo um ao saber que a música o tocava. um pedido de casamento. um ‘aceito’ no final da noite.


jovens. bonitos. independentes. eles se apaixonaram. um trabalha o corpo com a mente. o outro trabalha a mente com o corpo. corpo e mente, unidos, como em um casamento. e o pedido aconteceu no primeiro dia em que eles se conheceram.


“meu noivo” um chama o outro. e o outro chama o um de “lombarde”. poderia ser, ‘lombarde, o noivo” ou “o noivo lombarde”, mas não é um, nem outro. cada um é um, nessa relação que não tem começo, nem fim...


um parecendo um argentino. o outro um chileno. a boca de um seduz os olhos do outro. o outro não sabe o que encanta os olhos do ‘um’. e o pedido aconteceu no primeiro dia em que eles se conheceram... sem começo normal... sem final...










quarta-feira, 5 de novembro de 2008

“a vida é a infância da imortalidade”

“a vida é a infância da imortalidade”
Goethe


Goethe e Pierre não tinham nada em comum.
Pierre e Goethe eram de mundos diferentes. o encontro entre eles se dava todos os dias quando Pierre abria seu livro e lia sempre a mesma frase: “a vida é a infância da imortalidade”.
rosas brancas. tornados. pássaros. homens. borboletas azuis. cachorros. mulheres. arte. sentimentos... ... ... ...
imagens se formavam tão rápido quanto iam embora de sua mente.
Pierre e Goethe não tinham nada em comum.
apenas a frase de um que soava durante horas no ouvido do outro. apenas a sensação de que esta vida é o começo, a transformação, a evolução do ser. Pierre pensava em Goethe através de lindas imagens. Goethe jamais pensou que Pierre pudesse existir um dia.
Goethe e Pierre não tinham nada em comum. ou tinham tudo...

domingo, 7 de setembro de 2008

O fim de um novo e recente amor!



a poesia tenta estar presente na vida de Pierre, porém ele não deixa que ela entre.

Pierre sentiu novamente a dor... já havia esquecido o quão dolorida ela era.

ele traiu a sua amante...

traiu pela primeira vez...

o cabelo loiro de sua amiga/amante não reluz mais.

os olhos azuis dela perderam a cor.

a sua orelha desenhada se tornou um rabisco.

o beijo... o beijo... o beijo se tornou passado...

o sexo nunca mais acontecerá.
novamente o seu coração foi arrancado do peito. só que desta vez a culpa foi dele. somente dele.

Pierre fez o que sempre condenou.

ele contou.

Pierre chorou.

ele vomita há dias.

Pierre não sai do quarto há dias.

ele não se anima nem com a chuva. nem com o sol.
Pierre colocou um ponto final, da pior forma possível, no seu novo e recente amor.

Pierre se sente um defunto...

... com dor...

... muita dor...

... sinto pena dele.
=/
coitado.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

“Pierre, o bobo apaixonado!”


Pierre não está acostumado a viver ao lado de pessoas, ele prefere objetos e animais. porém ele jamais esquecerá o dia em que uma bela jovem o fez sentir-se pleno.
a jovem voltou. chegou hoje na casa de Pierre. ‘é só uma visitinha’, ela disse. pode ser ‘só uma visitinha’ para ela. Pierre sabia o que iria acontecer.
eles passaram a tarde juntos, sorrindo um ao outro, encantados. a jovem pegou o violão de Pierre e começou a cantar. linda era a voz dela. linda era ela. cantando. calada. sorrindo. nada era mais belo do que o sorriso tímido dela. nada. nem o canto dos pássaros. nem o barulho da chuva. nem uma cachoeira. nem o raiar do sol num belo dia de inverno.
Pierre não conseguiu se controlar e no meio de uma canção que a bela jovem recitava (sim, ela recitava. as palavras eram como poesias para Pierre), ele a beijou. um beijo apaixonante. e ali eles ficaram, sentindo o calor um do outro, a paixão. matando o desejo que estava neles desde o momento que ela chegou. como era belo o toque suave entre os lábios e também belo a agressividade do beijo com tesão. como era belo as mãos que corriam os corpos. os toques leves e grotescos. nada é mais belo que um beijo apaixonado, um looonnngggoooo beijo apaixonado. e as roupas foram saindo. primeiro a camisa, depois a calça e a cueca. ele estava nu. ela ainda vestida. ‘injustiça’, ele pensou. e logo foi tirando a roupa dela. segundos depois os dois corpos estavam nus. Pierre e a jovem nus. foi quando eles se olharam e pensaram ao mesmo tempo: ‘eu te amo’. e Pierre foi falar para ela, porém ela já estava com a boca no ouvido dele sussurrando: ‘eu te amo’. o silêncio tomou conta do local. Pierre sussurrou um ‘eu te amo’ e o beijo mais belo da vida dos dois foi dado naquele momento.
Pierre sabe que encontrou o novo amor, mas ele também sabe que precisa esperar um pouco para gritar isso ao mundo.
a jovem vai embora. a ‘visitinha’ termina. e Pierre ficará esperando a próxima visita, que já tem dia e hora.
ele agora é chamado pelos amigos de “Pierre, o bobo apaixonado!”.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Hola Isabel!




Ao entrar correndo no salão de festas durante o Festival de Teatro que acontecia, Isabel viu o que jamais pensou ver: o príncipe encantado. Ou melhor, o argentino encantado.
Ela parou, arrumou o vestido (puxou para cima para mostrar as coxas), mexeu no cabelo, e continuou a andar pelo salão. Agora a sua velocidade era lenta. Quem via Isabel pensava estar vendo uma cena de filme de amor onde a protagonista tem sua entrada deslumbrante e o mocinho lindo se apaixona. Até música Isabel tinha para entrar no salão. Todos riam para ela. Ela ria para todos. E o argentino encantado se encantou com a beleza de Isabel.
Em menos de quinze minutos ela ouviu uma voz no seu ouvido que dizia: “Hola!”. Isabel virou lentamente, sorriu e o príncipe argentino a olhou nos olhos, sentiu o calor de suas mãos e em seguida o sabor dos seus beijos.
Isabel e o argentino. O argentino e Isabel. Uma mistura de nações. Uma mistura de paixões. Uma mistura de sensações. Uma mistura de tesões.
O Festival de Teatro acabou, mas Isabel continua a entrar correndo no teatro na esperança de encontrar o seu argentino encantado mais uma vez. Em novembro ela vai para Buenos Aires ser feliz por mais alguns dias.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

...

...e a felicidade chega como o frio... quando você percebe já está sentindo novamente!
=)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Santa de Gelo


Ao viajar para lugares frios. Ao sentir o gelo tocar sua pele ressecada. Ao ver a neve deixar seus cabelos brancos. Ao caminhar no sol e sentir que o mesmo não a esquentava. Ao olhar nos olhos da pessoa amada e ver a indiferença. Ao perceber seu coração endurecer. Ao cair bêbada num chão frio. Ao sorrir falsamente. Ao ouvir uma música triste. Ao passar o ano sozinha. Ao pensar que tudo está certo. Ao correr sem rumo. Ao dormir sem sono. Ao parar em frente a uma igreja, Isabel notou o quão fria estava (corporal e sentimentalmente).
As flores que nasciam entre a igreja e ela, os pássaros que cantavam naquela manhã fria, as crianças que sorriam, as beatas que passavam, o padre que rezava, a menina que chorava, o rapaz que corria, o cão que ladrava, o homem que vendia algodão-doce, o sol que brilhava, o amor que Isabel sentia, o vento que soprava, as imagens da infância que iam e vinham, tudo isso deixavam-na mais fria ainda. Isabel congelou. Isabel virou estátua de gelo em frente à igreja. Hoje Isabel é idolatrada como a ‘Santa de Gelo’. E ela nunca fez nada de bom para ser chamada de santa. Isabel apenas queria amar e ser amada, mas as decepções fizeram com que ela congelasse. E dizem que ás vezes a santa chora como um bebê. E dizem que às vezes, na madrugada fria, ela grita como uma louca. E dizem que a ‘Santa de Gelo’ espera o dia em que um homem que realmente saiba o que é amar a beije. E dizem que nesse dia ela descongelará e viverá um amor jamais vivido na Terra. E dizem também que já é tarde, porque o coração dela já se quebrou.
Às vezes eu vou até a igreja e sussurro no ouvido dela: “Não acorde! Continue dormindo! Continue sendo essa linda santa congelada! Não acorde! O mundo aqui fora é mais frio do que aí dentro! Por favor, continue dormindo. Por favor! Por favor! Não acorde!”

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dia dos Namorados!


Desejo a todos um FELIZ DIA DOS NAMORADOS!


=) =) =)

domingo, 1 de junho de 2008

Ah, o Amor!

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência: ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso se aproveitará.
O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz incovenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba. Mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará. Porque em parte conhecemos e em parte profetizamos. Quando porém vier o que é perfeito, o que então é em parte, será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como um menino, sentia como menino. Quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
Porque agora vemos como um espelho, obscuramente, e então veremos face a face; agora conheço em parte, e então conhecerei como sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a Fé, a Esperança e o Amor. Estes três. Porém o maior deles é o Amor". (Trecho da carta de Paulo aos Coríntios)



continuo acreditando que o amor é o caminho...


... e a cada dia que passa tenho mais provas que estou certo. =)


Viva o amor!


O verdadeiro amor!


=)


=*

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Depois da tempestade...

Foto by Joanna Oliari

No dia em que as nuvens pareciam tomar conta da cidade... no dia em que a tempestade desabou destruindo lares, sonhos, vidas... Neste dia, ao fim da destruição, o sol apareceu... trazendo esperanças a quem tudo perdeu, fazendo sorrir quem sentiu as lágrias correrem no rosto... o sol que muitos passam dias sem perceber, para aquele povo, naquele dia, foi o símbolo da continuação da vida. Mesmo sabendo que a reconstrução não será fácil, mesmo sabendo que ainda haverá momentos de sofrimento, porque na vida precisamos sofrer e sorrir... mesmo sabendo de todas as dificuldades que virão, aquelas pessoas ficaram felizes. Sorriram... cantaram... abraçaram-se... e principalmente elas aprenderam com a impiedosa tempestade que respeitar o ambiente, que respeitar o seu colega, que respeitar os seres é essencial para uma vida longa, bela e linda.
=)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Pierre e suas emoções!

... deitado na grama de um dos parques mais belos de sua cidade Pierre chora. as lágrimas são incontroláveis. os olhos não conseguem focar em nada, estão embaçados. Pierre chora impulsivamente.
não há mais humanos. não há mais animais. não há mais nada. Pierre sabe que apenas ele, somente ele, unicamente ele, simplesmente ele sobrevive ao egoísmo do mundo. pelo menos ele acha isso.
Pierre não tem noção do quão ainda irá sofrer. do quão as lágrimas irão correr. do quão os humanos se tornaram menos humanos, mais egoístas, menos sensíveis, mais indiferentes, mais individualistas, mais e mais e mais e mais animais, que tem suas ações influenciadas pelo instinto, não se importando com mais nada, com mais ninguém, apenas consigo, apenas com o seu prazer.
neste momento Pierre sou eu! eu sou Pierre! nós somos a mesma pessoa, o mesmo humano que tenta na escuridão encontrar uma saída, que deixa espaço para a esperança, que apesar de todos os ex-amigos egoístas nós ainda acreditamos nos poucos e bons, que merecem serem chamados de amigos.
Pierre pára de chorar, tenta disfarçar o olho que arde. disfarçar por quê? pra quem? Pierre não encontra respostas, apenas mais perguntas. Pierre senta e se encosta a uma árvore. são duas horas da manhã e ele está sozinho, no parque escuro, secando ainda o rosto molhado por suas lágrimas.
Pierre… Pierre… Pierre… Pierre fecha os olhos e suspira profundamente, tentando se recompor. uma mão macia, delicada, leve, feminina... uma mão toca seu rosto. enxuga suas últimas lágrimas. acaricia sua bochecha. Pierre não se move. não abre os olhos. apenas se deixa acariciar. e o carinho daquela mão se multiplica, e agora são duas mãos tocando o rosto de Pierre. duas mãos fazendo carinho. Pierre acredita estar sonhando, ou quem sabe imaginando tal situação, e por este motivo não abre os olhos, tem medo de descobrir ser um sonho. e os carinhos aumentam. Pierre sorri sentindo o ar que sai das narinas do ser humano que o acaricia. lábios finos, tão macios quanto as mãos, tão delicados, tão agradáveis, tocam os lábios de Pierre... e um beijo noturno, silencioso, molhado, romântico, carinhoso acontece no parque escuro. Pierre sorri… Pierre sorri… Pierre sorri…


beijos,
abraços,
sorrisos...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Criador e criatura!

Oie...
Hoje comecei a ler "Aguardo", o livro do Greg... to adorando!

=)




Em uma noite dessas Isabel foi convidada para dançar. Os seus pés estavam cansados, tão cansados quanto sua mente. Mas ela aceitou o convite. Era meia-noite quando Isabel entrou no banho.
Chegando ao quarto ela escolheu o seu vestido preferido (vermelho com um decote enorme que valoriza seus belos seios), passou um batom que realça sua boca, se perfumou, elegeu os sapatos e saiu de casa. Isabel estava linda!
Até o momento ela não sabe para onde foi naquela noite, aliás, ela foi para diversas casas noturnas. Isabel dançava e saía do local, procurava outro lugar para dançar, e assim ela passou a noite, de casa em casa noturna, encontrando amigos e amores, bebendo apenas para manter a alegria.
Em uma noite dessas, Isabel aproveitou cada segundo, e isso não significa que ela estava acompanhada por homens lindos ou apenas um… isso não significa que ela beijou ou transou com vários ou com apenas um, para Isabel, e para mim, se divertir a noite, ou durante o dia, é algo que só acontece quando estamos em plena felicidade, se divertir, para nós, não significa estar acompanhado, beijar, ter alguém ‘lindo’ ao lado.
Em uma noite dessas Isabel e eu nos divertimos como nunca! Criatura e criador! Criador e criatura! Juntos! Sozinhos! Em felicidade plena!


beijos,
abraços,
sorrisos...

sábado, 26 de abril de 2008

a verdade vive presa ! ?

As palavras são incapazes de traduzir o sentimento do menino. As letras juntas não conseguem revelar o quão decepcionado ele está com os seres que habitam este planeta na mesma época que ele. A tão falada luz no fim do túnel está longe, ele sente que está bem longe. Ao ouvir Ceumar, Vanessa da Mata, Roberta Sá, Maria Rita, Elis Regina… ao ouvir ‘as suas mulheres’, como dizem os amigos, ele fica feliz e triste. Imagens vêm em sua mente… e ele lê Mario Quintana, Johnny Virgil, Rose Marie Muraro, Gregory Haertel, Fernando Pessoa… e ele vê filmes de Stanley Kubrick, Fernando Meirelles, Ang Lee, Mike Newell, Pedro Almodóvar… ele canta, lê, assiste… ele faz tudo para focar em outra coisa, mas sempre, seja nas músicas, nos livros ou nos filmes, sempre tem algo que o faz lembrar da individualidade, do egoísmo, e do querer destruir a pouca felicidade que os seres humanos tem, ele sempre encontra algo de ruim, ele sempre vê uma traição de um amigo, uma mentira contada (e quem conta pensa que nunca vai ser descoberto), um relacionamento baseado em mentiras e falsidades, ele sempre percebe que o ser humano atual é sim um ser egoísta, um ser egocêntrico, um ser que acha que pode simplesmente pensar no seu prazer e na realização do seu desejo, nem que para isso ele precise destruir a única possibilidade de felicidade de um amigo, nem que para isso ele tenha que pisar no outro… ele encontra sempre o desrespeito ao sentimento, a desmoralização da emoção verdadeira… e ele não sente vontade de sair de casa… e ele não quer mais saber de nenhum tipo de relacionamento novo… ele quer viver apenas com quem ele percebe que o respeita… e se você estiver lendo isso e se identificar, pense, porque o rapaz que aqui escreve mais cedo ou mais tarde vai se afastar de você… e depois de magoar ele, você não precisa mais tentar reverter a situação, ele cansou de perdoar amigos, amores, parentes… ele cansou de desculpar seres egoístas.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ao som de Norah Jones!

Sentado na cozinha, tomando um copo de café, ele sentiu a brisa da madrugada tocar seu rosto. Um arrepio correu por sua nuca, passando pela coluna, vértebra a vértebra, chegando às pernas e por fim tocando seus pés. Ele sorriu prazerosamente. Há muito tempo um arrepio não passava pelo seu corpo.
A sua boca foi acariciada pela brisa gelada que teimava em arrepiá-lo. Os seus olhos encheram-se de lágrimas e seu nariz ficou refrescantemente gelado. Para se opor a brisa, porque sempre tem um lado oposto em tudo, ele tomava seu café quentinho.
Ao som de Norah Jones ele ficou ali, sentado, pensando nos acontecimentos de sua vida, do quão as coisas caminham perfeitamente para a descoberta da verdadeira essência de alguns humanos.
Ele sempre acreditou que as atitudes dizem mais sobre o ser do que as palavras que ele profere. E ultimamente atitudes egoístas de seres que eram respeitados o fazem ficar triste. E a solidão tomou conta dele, ao mesmo tempo que o cd parou de tocar. E o silêncio foi o que preencheu o espaço. O silêncio e a solidão. Ele se sentiu tão sozinho quanto a música “Alone” da cantora que acabara de ouvir. E foi neste momento que uma nova brisa da madrugada fria tocou seu rosto, beijando sua boca de uma maneira delicada, de um jeito jamais sonhado por ele. E a esperança retornou, e ele sorriu, e seu telefone tocou, fazendo perceber que apesar do seres egoístas, que parecem ser maioria, existe alguns seres realmente humanos, que se preocupam com os outros tanto quando ele se preocupa com o seres que convive.
A noite foi longa, aliás muito longa. Não pense que isso é sinônimo de tristeza, ao contrário, a noite longa foi sinônimo de alegria, de sorriso e felicidade plena.

segunda-feira, 24 de março de 2008

A Páscoa de Isabel!


No domingo de Páscoa ela acordou triste e resolveu almoçar sozinha. Enquanto todos estavam com suas famílias ou amigos Isabel estava sozinha. E assim ela ficou durante quase todo o dia.
Eram 20 horas em ponto quando Isabel ouviu seu telefone tocar. Quem estaria ligando? Ao atender ela ouve um “alô” do outro lado, um “alô” que a faz ficar muda. Isabel não pronuncia palavras longas, muito menos frases. Ela não consegue dizer algo além de “aham” “sim” “não”.
Ela desliga o telefone, vai ao quarto, se olha no espelho e solta uma gargalhada de nervosismo. Alguns minutos depois a campainha de seu apartamento toca. Ela vira apenas sua cabeça em direção a porta e novamente fica paralisada. O segundo toque na campainha acontece e Isabel faz o sinal da cruz, pede proteção, olha no olho mágico e paralisa novamente. Desta vez neutraliza diante do dono da voz do telefone. A campainha toca pela terceira vez e ela abre a porta e sorri.
Isabel encontra do outro lado um homem lindo, com seu cabelo castanho escuro e seus olhos verdes. Com seu belo sorriso o homem pede para entrar e ela apenas balança a cabeça positivamente.
O tempo passa e os dois falam pouco. As palavras nestes momentos são dispensáveis.
A campainha toca novamente. Isabel paralisa. O homem sorri. Ambos levantam juntos para abrir a porta, porém somente ela que realiza tal ação.
Ao ver quem toca a campainha ela, adivinhem, paralisa. Outro homem, desta vez moreno praia com o olhos castanhos. Ele pede para entrar e Isabel permite.
Isabel e os homens agora estão no quarto. O olho dela percorre ambos, desde os olhos até os pés. Isabel sorri e eles levantam, andam em direção a ela e começam a beijá-la.
Com o passar dos segundos ela se sente cada vez mais realizada e o que jamais sonhou aconteceu na noite de Páscoa: o prazer absoluto com dois homens ao mesmo tempo.
Isabel experimentou algo novo e agora não sabe mais como vai ser ir para cama apenas com um, pois com dois é muito melhor e pode-se dizer, perfeito.


OBS: Para que não pensem que Isabel transa com qualquer um, os dois homens são amigos dela… amigos bem íntimos.


Isabel ganhou do coelhinho da páscoa cenouras e ovos inesquecíveis!

Isabel manda beijos de felicidade e prazer para todos que por aqui passam…



beijos,

abraços,

sorrisos... de um ser que está quase formado. hehehhe


sábado, 22 de março de 2008



Ao se deitar na cama ele adormece.
É a terceira noite que ele dorme antes das 23 horas. É também a terceira noite que ele acorda de madrugada chorando.
Na sua mente não está registrado o sonho que estava sendo sonhado. Ele sabe que não é por causa do sonho que as lágrimas correm.
Ao abrir o olho, assustadamente ele percebe que enche o peito de ar, como se fosse a última inspiração. O peito que dói agora é preenchido pelo oxigênio, porém a dor ainda continua. Uma dor inimaginável… uma angústia que toma conta do seu corpo e o deixa nervoso… um choro compulsivo… um desgosto e uma decepção que se tornam maiores e mais presentes… um lamento no meio da noite, como quando o trem apita enquanto a cidade dorme.
As lágrimas saem de seus olhos como no dia em que a morte passou perto dele… como saem dos olhos da moça que é deixada no altar da igreja e espera o noivo que nunca virá.
Ao se sentar na cama o choro aumenta e ele grita no meio da madrugada. Ele grita desesperadamente esperando ser ouvido por quem nunca o ouvirá, por quem na verdade poucas vezes o ouviu gritar, por quem não sabe o que é gritar de dor. E ele chora mais ainda e sente o nariz sangrar, as mãos apertarem e a boca ficar com gosto sanguíneo.
A solidão se junta com a noite e se tornam uma só: escura… triste… amedrontadora… fria… se tornam algo que o fazem chorar.


Ele não é Pierre.
Muito menos Isabel.
Ele sou eu.
Eu sou ele.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Isabel e a Segunda-feira.


Isabel deixa que a luz do sol a acorde na manhã de segunda-feira.
Ao abrir os olhos ela percebe que toda a casa está iluminada e começa a prestar atenção nos detalhes do mundo: a formiga, sozinha, que passa pelo seu quarto; o som dos pássaros cantando ao longe; o relinchar de um cavalo…
Para Isabel a segunda-feira deve ser perfeita, pois é o começo da semana. Tão perfeita quanto o final de semana. Tão perfeita quanto bolo de chocolate com morango. Tão perfeita quanto um beijo de amor. Tão perfeita quanto algodão doce. Tão perfeita quanto cinema e pipoca. Tão perfeita quanto roda gigante apaixonada. Tão perfeita quanto a frase “Eu Te Amo”. Tão perfeita quanto a chuva de verão. Tão perfeita quanto o odor dos corpos em ação. Tão perfeita quanto um ator no palco. Tão perfeita quanto o final de semana.
beijos,
abraços,
sorrisos...

sexta-feira, 14 de março de 2008

As Sextas de Pierre!

Sexta-feira é o dia preferido de Pierre.

Ele acorda, toma um banho e sai para trabalhar feliz. Pierre se torna o homem mais belo da cidade, porque a felicidade da sexta-feira o deixa assim.

Pierre olha o bar vazio durante a tarde e sabe que daqui algumas horas ele estará lá, sentado com seus colegas, bebendo uma cervejinha após o jogo de futebol das sextas... Pierre é o cara.

Antes de se deitar ele pega o violão e compõe canções belíssimas nas sextas a noite. Ele escreve poesias, dança, canta e sorri.

Nas sextas Pierre recebe mulheres desejadas por homens do mundo todo: as mulheres brasileiras.

Pierre tem uma ligação íntima com sexta-feira.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Isabel e o "Samba Meu"...

Hoje Isabel acordou com sua felicidade borbulhando.
Ela levantou, entrou no quarto do seu criador, pegou o cd “Samba Meu” da cantora Maria Rita, e correu para a sala onde ligou o aparelho de som, colocou o cd, aumentou o volume ao máximo e apertou a tecla play.

Hoje Isabel samba ao som de Maria Rita.

Hoje Isabel sorri.

Isabel está feliz!



beijos,
abraços,
sorrisos...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Pierre e o mundo.



Para Pierre o mundo é bom.
Ele vê filmes, joga vôlei, futebol, handball, basquete… faz natação, yoga e teatro. Ele se apaixona.
Para Pierre não há dia ruim.
Ele adora o sol: corre, canta, brinca e dança. Ele adora a chuva: corre, toma banho com ela, sorri e grita de felicidade.

Para Pierre o mundo é perfeito.

Para Pierre o mundo é o mundo, e ele é feliz com essa simplicidade.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Isabel e os beijos


Isabel estava no meio da multidão, caminhando para sua casa, quando notou que era seguida. Com medo ela entrou na primeira loja que viu e ficou lá durante meia-hora.
Ao sair continuou sua caminhada para o lar, porém foi surpreendida com a quantidade de pessoas se beijando na rua. Em frente havia três casais sentados no ponto de ônibus, ao lado havia cinco, ao olhar para trás havia mais e mais casais aos beijos. Homens beijando mulheres, homens beijando homens, mulheres beijando mulheres.
Isabel correu até chegar em casa. Fechou todas as janelas e ficou sozinha em seu quarto. Ao som de Damien Rice ela chorou.
O que Isabel mais deseja é um marido. Apenas um. Na verdade Isabel cobiça ser como Alzira, com sua coleção de maridos, mas ela não tem coragem. Colecionar maridos vai contra os princípios dela. Então, Isabel quer apenas um – quem sabe um amante também.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Pierre e a moça.


Ao atravessar a avenida o moço percebeu que havia esquecido as rosas.
Por ser jovem e imaturo as mulheres não esperam muito dele. Porém, ele tem muito a oferecer.
Pierre tinha um encontro!

Como isso pôde acontecer com ele? Como Pierre tem um encontro?

Há alguns dias ele estava sentado no banco da praça próxima a sua casa. Uma moça passou pedalando sua bicicleta. Ao notar Pierre a jovem parou e foi perguntar as horas – pretexto para uma conversa.
Por ser tímido, o rapaz apenas respondeu a pergunta da ciclista e continuou a ler o seu livro. Ele adora ler. A jovem não desistiu e sentou ao lado de Pierre.
Aos poucos o garoto foi perdendo a timidez e a conversa tomou conta do lugar. Quando eles perceberam a lua já estava a brilhar no céu. As horas haviam passado. A brisa fresca da madrugada acariciava os seus rostos. Mas nem Pierre e nem a moça desejavam ir embora.
Quando o sol raiou eles se despediram. A donzela subiu em sua bicicleta e sorriu para Pierre. Pierre retribuiu o sorriso – que fica mais lindo e encanta quando ele está envergonhado.
Hoje Pierre foi encontrar a jovem. Porém, ao atravessar a avenida o moço percebeu que havia esquecido as rosas brancas. Nada de pânico. Pierre voltou para casa, pegou as rosas e foi encontrar sua nova amiga, ou quem sabe… seu novo amor.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Isabel e a noite de verão!

Eram cinco da manhã quando Isabel chegou em casa.
Naquela madrugada os vizinhos ouviram barulhos que jamais haviam imaginado ouvir. Sim, Isabel estava acompanhada.
A moça de cabelos loiros e olhos verdes encontrou um belo rapaz, o oposto dela em pensamento, porém um belo rapaz viril.
Naquela noite Isabel sentiu o que pensou jamais poder sentir novamente. Ela já havia esquecido o quão adora os músculos masculinos pressionando o seu corpo contra a cama. Ela havia esquecido o sabor de um beijo com tesão real, e o encanto de ser acariciada lentamente.
Isabel experimentou os corpos suarem, os olhos encherem de lágrimas e as bocas se apaixonarem. Isabel lambeu e foi lambida; beijou e foi beijada; acariciou e foi acariciada; Isabel sentiu os corpos entrarem em ebulição no mesmo momento e se tornarem um só.

Isabel teve mais uma noite inesquecível de verão…








…e se apaixonou!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Quarta-feira de cinzas ele vai à procura de emprego, mas não esquece de torcer pela sua escola de samba.
O garoto deseja que a Beija-Flor de Nilópolis ganhe o carnaval de 2008. E o seu desejo é atendido. O rapaz também torce pelo São Paulo Futebol Clube, time campeão dos últimos dois anos do Campeonato Brasileiro.
O jovem acerta ao torcer pelos melhores da atualidade, porém torcer não é o essencial para a vida do mesmo. Se a Beija-Flor ou o São Paulo ganharem ou perderem o título do ano, nada muda diretamente na vida do jovem.
Desde a noite de sexta-feira de carnaval o jovem vem sonhando com coisas estranhas, que ele ainda não decifrou. E tem medo de decodificar os sonhos.
Já se passaram 8 noites... duas com sonhos sobre gravidez... e cinco com sonhos sobre morte... apenas uma noite está apagada da memória do jovem.
Um dia ele vê um homem ser assassinado com facadas, no outro ele será pai, no outro um caixão, e assim as noites estão passando e o moço não compreendendo nada.
Ele acredita ser as duas etapas mais importantes da vida de um ser. Quando nasce e quando morre. Mas por que tantos sonhos? Será que uma mudança radical acontecerá, como acontece quando nascemos ou morremos?
Uma mudança já iniciou. Isso é fato. E valores estão sendo destruídos ou repensados. O jovem se depara com sentimentos e atitudes que sempre condenou. E o que ele deve fazer? Se render ao desejo? Lutar contra a vontade para manter os valores éticos que ele tanto acredita ou acreditava?
O moço continua a vida dele.. desempregado, torcendo pelos campeões, vivendo um gigantesco conflito de valores, mas o que ele não compreende é por que está tão feliz?








quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Felicidade

O primeiro mês do ano novo está acabando com chuva. Nada poderia ser mais perfeito. A chuva que tanto me faz bem...
Desejo que os próximos meses acabem como esse. Com água, seja da chuva, seja do mar, seja da torneira. Mas com água limpa, sempre pura.


A casa estava vazia. Nenhum móvel, nenhuma mosca, ninguém. Ele chegou, abriu a porta e encontrou o nada. O silêncio tomou conta do lugar. Apenas se ouvia o cricrilar dos grilos ao longe.
Ele estava em sua antiga casa. Chegando ao banheiro encontrou o nada pintado de azul, totalmente diferente da sua época. Ao olhar a cozinha chorou lembrando das belas macarronadas que ali foram feitas. O quarto de visitas estava brilhando, como seus olhos ao ver seu reflexo na janela. E ele caminhou observando cada detalhe. Foi quando percebeu que a porta do seu antigo quarto estava fechada.
A sua mão tocou no trinco fazendo-o pensar se desejava entrar naquele local novamente. Um cheiro diferente chamou a sua atenção. Um perfume. Um perfume novo, porém conhecido. Um perfume italiano. E ele abriu a porta. Parou. Não acreditou no que via. Ali, deitado na cama estava o dono daquele cheiro. E a porta se fechou. Neste momento eles estão lá, felizes, juntos, animados com o novo cheiro que exala de seus poros. Os vizinhos costumavam dizer que a felicidade bateria naquela porta, mas que somente a pessoa certa poderia abrir. E ele abriu. Senhoras e Senhores, por favor, coloquem a mão no chão. Senhoras e Senhores pulem num pé só. Senhoras e Senhores dêem uma rodadinha e, com toda gentileza, peço que vá pro olho da rua.



beijos,
abraços,
sorrisos...

:)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Jovem e a Saúde!


Eram nove horas quando ele acordou e sentiu a necessidade de procurar um médico. Ele foi a um Clínico Geral.
Após os exames serem feitos o médico chamou o jovem para lhe dar o diagnóstico: “Tudo está aparentemente normal. As dores que você reclama não têm motivos para estarem acontecendo. Caso elas se repitam mais vezes procure um especialista. Você só deve aumentar o conteúdo de fibras na sua alimentação para ter uma saúde perfeita.”
E ele foi pra casa mais tranqüilo, sabendo que deve acrescentar legumes, verduras e frutas em geral na alimentação.
O tempo passou e alguns dos problemas aparentemente sem importância voltaram a atacar o jovem rapaz. E ele procurou um otorrinolaringologista para saber sobre as suas amígdalas. O médico o examinou e constatou que retirá-las não será necessário, apenas disse que o jovem deve tomar alguns cuidados após as refeições, entre eles, principalmente fazer gargarejo para restinhos de comidas não acumularem nas famosas e chatas amígdalas.
E ele foi pra casa mais tranqüilo, sabendo que deve gargarejar após as refeições.
O tempo passou e o problema que mais preocupava o jovem rapaz voltou a atacar e dessa vez de uma maneira muito dolorosa. E ele ficou preocupado com o coração. Sim. O jovem coração parecia que ia explodir.
E ele foi ao cardiologista. E todos os exames foram feitos e o médico disse para ele que a sua saúde estava perfeita e que as dores no peito eram apenas psicológicas e quando elas acontecerem novamente é hora do jovem parar, respirar e pensar no que está lhe fazendo mal.
E ele foi pra casa mais tranqüilo. E começou a fazer academia. E começará a fazer natação. E iniciou um novo modo de vida: com legumes, frutas, vegetais, gargarejos e paz espiritual.
O jovem decidiu cuidar de si nesse novo ano. E percebeu que consegue estar bem com as suas funções corporais e mentais quando não se importa com poucas coisas.

E viva a vida!




beijos,
abraços,
sorrisos...

:)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ainda vestido de Papai Noel o velhinho caminhava pela rua da cidade deserta. Já havia se passado 10 dias do natal, porém aquele senhor de barbas brancas continuava a acreditar que a sua fantasia, fora de época, traria a paz e o amor do espírito natalino.

“Quem acredita em Papai Noel?” – gritou com deboche, do alto de um morro, um moleque.

Quem acredita em Papai Noel?
Esta pergunta fez o velhinho parar de caminhar, encostar o saco vermelho de presentes no chão, olhar para o alto do morro e desistir.

Era 04 de janeiro de 2025, às 17h, quando o último ser humano que acreditava num futuro melhor perdeu as esperanças.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Isabel

Em um dia de verão Isabel acordou assustada ao perceber que o sol não raiava. Naquele dia a moça de cabelos loiros e olhos verdes não teve forças para levantar de sua cama. Apenas assistiu TV, deitada no seu colchão aconchegante.
A noite chegara antes do normal naquele dia. E o inesperado aconteceu. Ao longe Isabel percebeu que a lua brilhava. Uma linda lua cheia de verão. Ao abrir a janela uma suave brisa acariciou o seu rosto, fazendo-a sorrir.
Isabel correu para cozinha, pegou uma tigela que havia ganhado de sua avó, abriu a geladeira e escolheu as mais deliciosas frutas que ali estavam. A moça de pele clara abriu a torneira da cozinha e sem perceber lavou com tanto cuidado aquelas frutas que o tempo parecia ter parado, a água límpida penetrou no morango, no melão, no mamão, na maçã e na banana, deixando-as belas e deliciosas. Nunca, em nenhum lugar do mundo, houve alguém que lavou com tanta delicadeza as frutas que desejava comer.
Após algumas horas Isabel havia preparado a mais perfeita salada de fruta de sua vida. A sacada de sua casa a esperava e a lua cheia estava ainda mais bela a clarear o céu. Eram três da manhã quando Isabel se deu conta de que o tempo havia passado e a lua e as frutas haviam preenchido o pequeno vazio que o dia sem sol tinha deixado em seu coração.
Não há nada melhor no mundo do que uma salada de fruta, a lua, e a madrugada para fazer Isabel feliz.


beijos,
abraços,
sorrisos...

sábado, 19 de janeiro de 2008

Um novo ano iniciou e com ele novas expectativas e um novo blog: Waguater.
A mistura da água em duas línguas deu início a este local onde escreverei coisas sem sentido ou com todo o sentido do mundo, depende de como se lê. O primeiro post não tem nome, pois estou aprendendo a não intitular as coisas. Ou não! (como diria Caetano). Talvez eu simplesmente não saiba como chamar o escrito abaixo.


Num belo dia de chuva
Ao observar pela janela
Pude perceber o quão feliz
Aquela criança era.

O pai estava embaixo
de um restinho de telhado.
E o filho sorridente
estava a dançar molhado.

Os carros passavam e buzinavam.
A criança corria e sorria.
O pai ficava sentado
vendo a alegria da filha.

Não sei se era menino;
Não sei se era menina;
Só sei que aquele pai
não parava de chorar
ao ver a felicidade da sua cria.

Num belo dia de chuva
Ao observar pela janela
Pude perceber o quão feliz
Aquela criança era.



Sejam Bem Vindos!